Caldas tem vindo a ganhar população

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Nas Caldas, a população terá aumentado em 464 pessoas entre 2011 e 2019- Foto de Arquivo

Entre o saldo natural e o saldo migratório, o concelho das Caldas tem vindo, segundo o Pordata, a ganhar população. Migrações “compensam” o facto de existirem mais óbitos do que nascimentos

O concelho das Caldas da Rainha tem vindo a ganhar população nos últimos anos. Esta é uma das principais conclusões sobre o município que se pode retirar dos dados referentes aos saldos naturais, migratórios e totais das autarquias publicados pela Pordata.
O que estes dados também permitem perceber é que o saldo natural é consecutivamente negativo nas Caldas durante os onze anos em análise (desde 2009), à imagem do que se verifica no Oeste e na média do país.
Por oposição o saldo migratório é todos os anos positivo nas Caldas (no Oeste é positivo em todos anos menos em 2014). Já a nível nacional este dado é positivo em cinco anos e negativo em seis.

Quer isto dizer que o aumento populacional nas Caldas se deve exclusivamente ao saldo migratório, que “compensa” os consecutivos anos com mais óbitos do que nascimentos.
O ano em que se registou o pior saldo natural neste município foi 2015, ano em que se registaram mais 253 mortes do que nascimentos. Já o ano em que se registam quebras menos significativas no saldo natural foi o de 2018 (-78).
Interessante também é verificar que nas Caldas, nos 11 anos analisados, sete registam um aumento populacional e quatro uma descida. No total, o resultado dos saldos totais de cada ano permite perceber que havia um aumento de 464 pessoas no concelho em 2019 (últimos dados disponíveis) face a 2011.
O ano em que este aumento foi maior foi o de 2019, com mais 372 pessoas. Já o ano em que se registou a maior quebra de população foi em 2014, em que o concelho registou menos 220 pessoas (com um saldo natural de menos 225 e saldo migratório de apenas cinco).
Sem migrações, contando apenas o saldo natural, o concelho teria perdido 1702 pessoas desde 2009.
Ano de aumento no Oeste
O ano de 2019 foi um ano de viragem nos saldos populacionais no Oeste, que vinha de três anos consecutivos de descidas e de sete anos a descer em oito.
No último ano de que se dispõe dados, o Oeste registou um aumento populacional de 1929 pessoas que “cobre” os três anos anteriores de descidas (que registaram, respetivamente menos 565, menos 323 e menos 921, num total de menos 1809 pessoas).
No Oeste o saldo natural apresenta uma quebra populacional de 12916 pessoas face a 2009. Ainda assim, os saldos totais são positivos em quatro anos e negativos “apenas” em sete, fruto dos saldos migratórios positivos todos os anos menos em 2014.

Dois concelhos com quebras
Apenas dois concelhos do Oeste apresentaram quebras populacionais em 2019, nomeadamente Alcobaça e Nazaré, com menos 86 e menos 15 pessoas, respetivamente. Tal explica-se devido à existência de saldos migratórios positivos, mas, ainda assim, abaixo das quebras nos saldos naturais.
Dos 12 concelhos do Oeste apenas um não perdeu população em nenhum dos anos em análise, nomeadamente, Arruda dos Vinhos, que tem registado aumentos populacionais todos os anos.
Tal facto explica-se especialmente pelos saldos migratórios extremamente positivos, mas também porque é o concelho com mais anos com saldo natural positivo. Em seis dos onze anos, Arruda dos Vinhos conseguiu ter mais nascimentos que óbitos (ainda que os números não sejam muito expressivos, é um feito apenas alcançado naquele município, havendo mesmo oito dos doze que registam todos os anos saldo negativo. São eles os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Óbidos, Peniche e Torres Vedras, além do já referido concelho das Caldas da Rainha. ■

Sem migrações, município teria perdido 1702 pessoas desde 2009