Menopausa e andropausa estiveram em debate com especialistas no CCC

0
156
- publicidade -

“A menopausa não é uma doença, é sim é uma fase fisiológica da vida da mulher que inicia um ano após a perda da menstruação”. Palavras da médica ginecologista Teresa Ramos que ainda acrescentou que  esta fase pode trazer às mulheres os conhecidos fogachos (calores), mas também pode trazer insónias, depressão, dores articulares, irritabilidade, falta de memória e várias queixas relacionadas com a atividade sexual. Segundo a médica de família da USF R.D.Leonor, Isabel Ramos, os dois primeiros sintomas são as queixas mais frequentes das suas pacientes que estão a viver esta fase.

As médicas foram duas das convidadas da tertúlia organizada pela autarquia, que teve lugar a 27 de fevereiro no CCC e que foi assistida por uma centena de pessoas.

A conversa, moderada e também participada pela médica Joana Louro, contou também com Ana Pires (nutricionista do município), Vítor Ilharco (o fisiologista do exercício) e Cristina de Oliveira, a fundadora da Associação Portuguesa de Menopausa.

- publicidade -

Esta última partilhou que há medidas que foram aprovadas pela Assembleia da República em relação à menopausa mas que ainda aguardam promulgação do Presidente da República. Está então prevista a comparticipação de medicamentos e suplementos prescritos por médicos para menopausa; passarão também a existir consultas de menopausa incluídas no Planeamento Familiar, a partir dos 45 anos, e ainda haverá comparticipação em produtos específicos como cremes  relacionados com a menopausa. “Queremos que haja informação sobre menopausa disponível nos organismos públicos, tal como existe sobre temas como a gravidez ou a menstruação”, disse a responsável.

A fundadora da Associação Portuguesa de Menopausa e da Comunidade de Saúde em Menopausa- Movimento Menopausa Divertida salientou que as mulheres “entram nesta fase pelo potencial de sermos mães e por isso é preciso dar igual atenção à fase não reprodutiva das pessoas”. A associação, fundada em 2021, tem sede no Porto e tem feito sessões de esclarecimento em várias localidades do país.

Cristina de Oliveira deu os parabéns aos organizadores desta tertúlia pois o tema requer a presença de uma equipa multidisciplinar, como aconteceu. Deixou a sugestão para numa próxima oportunidade juntar também representantes das áreas da psicologia, da sexologia e da fisioterapia pélvica.

Durante a apresentação foi ainda referido que 80% das mulheres não se queixa sobre questões relacionadas com a menopausa e que estas  devem procurar ajuda a partir do momento em que “não se sentem bem consigo”. Foi referenciada o ganho de peso, a importância do exercício físico e da alimentação “que deve ter a quantidade certa para cada um de nós”. Tal como a terapêutica, esta deve ser “individualizada”. A andropausa, que está relacionada com o envelhecimento masculino, teve menos espaço de debate. Também os homens passam de forma diferente por tal fase.

- publicidade -