Monumento assinala 300 anos da feira de setembro de Rio Maior

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Monumento valoriza tradição dos ceboleiros
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Um monumento que representa uma cebola em ponto gigante foi inaugurado na edição em que se celebraram os 300 anos da feira de setembro em Rio Maior. Concertos atraíram milhares de pessoas

A representação de uma grande cebola retroiluminada, em frente à entrada do pavilhão multiusos de Rio Maior, assinala os 300 anos de realização da feira de setembro naquela localidade. A obra foi inaugurada na tarde de 1 de setembro, na abertura de mais uma edição da Feira Nacional da Cebola, popularmente conhecida como Frimor, que decorreu entre quinta e domingo da semana passada, atraindo muito público, embora, como quase sempre sucede, menos do que os vendedores gostariam.
Foi a 9 de junho de 1722 que uma “Provisão Real” assinada pelo rei D. João V autorizou os moradores de Rio Maior a mudar a feira para o dia 15 de setembro de cada ano.
No âmbito das celebrações foi igualmente lançado o livro “300 anos da Feira de Setembro”, da autoria de Sónia Rebocho e Ricardo Rosário, dois técnicos da Câmara, que fizeram um enquadramento histórico deste certame.
“Com esta informação, garantimos o conhecimento para podermos afirmar que a nossa Feira de Setembro celebra este ano 300 anos”, explicou Filipe Santana Dias, presidente da Câmara de Rio Maior, durante a inauguração da FRIMOR.
O autarca deixou uma palavra de agradecimento e reconhecimento aos ceboleiros, a grande maioria oriundos da freguesia de Alvorninha, no concelho das Caldas da Rainha, que “durante todo o ano, arduamente, trabalham a terra”.
Ilídio Silva, que veio de Almofala, na freguesia de Alvorninha, é um dos que trabalha a terra durante todo o ano e que vem à Feira Nacional da Cebola vender o que produz. Vende nesta feira desde que a Secla, onde trabalhava, encerrou. “O meu pai e, antes, o meu avô é que faziam a feira e recordo-me que antigamente havia mais quantidade de cebola e mais pessoas a comprar”, lembrou, elogiando a realização deste evento.
Este ano, o caldense carregou cerca de uma tonelada de cebola roxa e normal, diferente das três a quatro toneladas de três variedades que chegou a trazer noutros anos. “Também faço o mercado de Santana e vendo muito lá”, frisa.
Na abertura do evento, a expetativa é, obviamente, vender tudo o que traz.
Rosa Vicente, que também veio da freguesia de Alvorninha, tinha a mesma esperança no arranque de mais uma Frimor. “Já vendemos há muitos anos nesta feira, há cerca de 50 anos, desde miúda, lembro-me que a feira era nos Olivais e eram os ceboleiros que faziam as barracas com paus, que eram tapadas com plásticos e serapilheiras. Nessa altura, dormiam cá, porque não havia meios de transporte”, recorda.
Rosa Vicente traz cebola branca, amarela e roxa, mas também alhos e batatas. De cebola trouxe cerca de cinco mil quilos, quando noutros anos chegaram a trazer o dobro. “Este ano a colheita foi fraca”, adverte a produtora, mostrando-se, ainda assim, esperançada nas vendas. “Costuma ser um bom evento para vender o nosso produto”, conta.

Milhares nos concertos
No primeiro dia do evento, depois da inauguração da feira e da assinatura do protocolo entre os municípios de Rio Maior e de Caldas, realizou-se um concerto de Toy, com entrada gratuita, que atraiu milhares de pessoas à Frimor.
No segundo dia, foi Pedro Abrunhosa a subir ao palco da Feira Nacional da Cebola. Na noite de sábado atuou Paulo Gonzo. Os concertos foram um dos grandes atrativos, de um evento que contava também com uma exposição da atividade económica e as tasquinhas, para degustar o que de melhor se confeciona nas várias freguesias do concelho.
Os concertos em Rio Maior foram antecedidos pelas atuações de bandas riomaiorenses, nomeadamente os Cauda da Tesoura, Conjunto!Evite e Trigloditas. Depois dos concertos, atuaram os Dj’s Vassalo, Nuno Remix e Rui Leiria, garantindo animação aos muitos milhares de pessoas que se deslocaram à cidade.
Do programa fez ainda parte um festival de folclore e um festival de fanfarras, que encerrou o programa, sendo que estava também previsto que Rio Maior recebesse a Taça de Portugal de Paraquedismo nos dias 3 e 4 de setembro, mas que a mesma foi cancelada, devido a não estarem reunidas as condições climatéricas para a realização da mesma. ■

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