Substituição da diretora clínica foi um dos temas abordados nas reuniões.
“A urgência está a destruir a capacidade do hospital de fazer o seu papel, porque se os médicos estão na urgência, não estão nas consultas, nos internamentos e nos blocos operatórios”, apontou Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, depois de uma visita ao hospital das Caldas, a 20 de setembro, onde reuniu com os profissionais do setor e com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste, ao qual pertencem aos dois hospitais que visitaria nesse dia (seguiu para Torres Vedras).
O responsável identificou problemas comuns: “muitos médicos novos a abandonar os hospitais” e uma capacidade de resposta cada vez menor na urgência. “Depois percebemos que há coisas relacionadas com o investimento”, apontou, mencionando, por exemplo, a falta de uma unidade de cuidados intensivos ou uma câmara de fluxo laminar para preparar medicamentos instáveis. Alexandre Valentim Lourenço defendeu a existência de “um único hospital moderno, mais dedicado, mas sabemos que isso vai demorar anos e precisamos de medidas hoje, já precisávamos ontem!”. O mesmo responsável salientou também que 25% dos doentes da medicina interna já tiveram alta, mas não têm residência, lar ou família que os acolha, o que cria constragimentos nos serviços e, por consequência, na urgência.
“Percebemos que o Conselho de Administração ainda não conseguiu substituir a diretora clínica, porque não é com processos disciplinares impostos pela Inspeção Geral que vamos atrair médicos para assumir funções de responsabilidade”, apontou, frisando, ainda assim, que “continuam a salvar-se pessoas todos os dias neste hospital”.