Reabriram os banhos no Hospital Termal

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Dezenas de pessoas marcaram presença na cerimónia de abertura do Hospital Termal

Tratamentos clínicos músculo-esqueléticos,
de bem-estar e massagens passam a ter lugar no hospital termal mais antigo do mundo, complementando a oferta das termas caldenses.

Treze anos depois voltam a ser realizados tratamentos com água termal no Hospital Termal das Caldas da Rainha. Depois da modernização das tubagens por onde circula a água termal, está terminada a reabilitação da ala sul, com uma intervenção ao nível das infraestruturas e equipamentos, contemplando banheiras de hidromassagem, duches vichy, de jato e circular e também equipamentos de vapor, para realização de tratamentos clínicos músculo-esqueléticos, bem-estar e massagens, que complementam a oferta das termas caldenses.
A inauguração teve lugar na terça-feira de manhã, com a visita de representantes de diversas entidades ao espaço agora reabilitado e que, a partir desta semana, pode ser utilizado pelos aquistas. A Câmara investiu cerca de 500 mil euros na reabilitação do espaço, que contempla 13 salas de tratamento, 12 das quais com água e uma para massagens secas, e espera agora poder reaver 75% desse montante, fruto de uma candidatura a fundos comunitários.
“Queremos consolidar esta ala com tratamentos músculoesqueléticos”, referiu o presidente da Câmara, dando conta do trabalho de promoção e divulgação que será feito para atrair aquistas, sobretudo da região Oeste.
“A nossa meta é que mais de 50% dos aquistas sejam do nosso território”, concretizou Vítor Marques, acrescentando que já falou com o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Oeste Norte no sentido de permitir uma experiência termal aos médicos de família, pequenos workshops e conferências, de modo a dar-lhes mais informações para que eles possam, também, depois prescrever aos seus utentes os tratamentos termais. Para os caldenses está prevista uma discriminação positiva, que ainda não está formalizada mas que poderá passar por uma oferta de cortesia, após a realização do tratamento.
Outro dos objetivos passa por, em conjunto com a Associação das Termas de Portugal, insistir junto do Governo o aumento dos valores da comparticipação dos tratamentos termais. Atualmente o valor global disponibilizado é de 600 mil euros, e esta entidade defende um apoio mais elevado porque entende que “este investimento é sempre muito inferior ao que é suportado pelo Estado em tratamentos hospitalares e medicamentos”, sustenta Vítor Marques.
A Câmara das Caldas pretende também, no futuro, trabalhar nas evidências científicas dos benefícios das águas termais caldenses e dos tratamentos para demonstrar os seus efeitos não só curativos, mas também preventivos. Uma componente de investigação, que será trabalhada com parceiros, como o Politécnico de Leiria, mas também com escolas da região, com quem possui já parcerias, como é o caso da Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO) e a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), ambos com cursos ligados à área do termalismo.
Presente na cerimónia, o diretor clínico do Hospital Termal, António Santos Silva, deixou a garantia de que as termas caldenses irão corresponder às expetativas nas áreas de bem-estar e investigação, de modo a melhorar a vida das pessoas. “Podemos dizer que hoje a água mineral medicinal das Caldas da Rainha, conhecida por água termal, é um medicamento bacteriologicamente puro”, destacou o responsável, convidando as pessoas a usufruir dessas águas, não só na vertente de cura termal, como também de bem-estar. “Enterrámos o passado, neste momento é um orgulho honrar a história das termas e termos uma visão do futuro”, acrescentou.
De acordo com Santos Silva, Caldas da Rainha tem, neste momento, “condições de oferecer o que é de melhor em termos de termalismo nacional e europeu” e continua de “portas abertas para desenvolver novas técnicas termais e apostar na investigação”. O clínico defendeu ainda que é preciso acreditar no “medicamento” água e que, embora a história recente das termas caldenses ao nível de utentes ainda não é significativa, no tratamento com crianças e das vias respiratórias, os resultados “são excelentes”.
Depois da luta da Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste, o seu porta-voz, Vitor Dinis destacou que neste dia foi dado “passo importante na abertura do termal ao nível dos banhos, que era o mais desejado”. O dirigente reconheceu o mérito do trabalho que foi feito e espera que haja uma bastante afluência de caldenses para usufruir desta resposta termal.
A abertura foi assinalada com a exposição coletiva “Cintilações e Reflexos – Água”, composta por obras que artistas do segundo ano de Artes Plásticas da ESAD, que permanece patente no rés-do-chão do Hospital Termal até 30 de novembro. De acordo com Samuel Rama, a terminar funções como pró-presidente do Politécnico de Leiria, referiu que esta foi a última inauguração que presidiu, juntamente com o presidente Rui Pedrosa, também a encerrar funções. Rui Pedrosa destacou a importância da mostra, acabada de chegar do Pavilhão do Conhecimento, e que faz refletir na importância e valor da água, um bem cada vez mais precioso.
O objetivo é que aquele espaço continue a receber exposições, apontamentos musicais e outros eventos culturais, potenciando experiências a quem o frequenta. As visitas guiadas continuam a ser desenvolvidas pelo Museu do Hospital e das Caldas e haverá uma articulação com a área cultural da autarquia para a dinamização de outras ações.