Folio leva 30 autores diarimente a Óbidos durante 10 dias em outubro

0
256
A programação foi apresentada na passada terça-feira pelos parceiros do festival
- publicidade -

A sétima edição do Festival Literário Internacional de Óbidos tem um dia dedicado a cada freguesia do concelho, vai às escolas e conta com centenas de autores, escritores e artistas na vila durante 10 dias.

O Poder dá tema à setima edição do Folio, que decorre na vila entre os dias 6 e 16 de outubro. Desde logo o poder da palavra, mas também o poder de uma pessoa, quando se pensa na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, ou de uma descoberta científica, que permite mudar a vida da sociedade. Essas serão apenas algumas das reflexões neste festival que contará, em média, com 30 autores diariamente em Óbidos, estima José Pinho, administrador da Ler Devagar e curador do Folio Mais. Aos autores portugueses juntam-se várias dezenas da América Latina, sobretudo do Brasil, mas também da Espanha e da França, dinamizando 14 mesas e 62 apresentações e lançamentos de livros. Confirmada está também a presença de dois Nobel da Literatura, a polaca Olga Tokarczuk e o nigeriano Wole Soyinka, nos dias 8 e 15 de outubro.
A edição com mais “quantidade e variedade”, como foi apresentada, contará com Folio Teck e o Folio Inclusão, duas áreas de destaque integradas no capítulo Educa. A tecnologia será cruzada com a poesia, dado destaque a textos relacionados com jogos e haverá um debate sobre a pegada digital, enquanto que ao nível da inclusão, haverá um debate acompanhado por língua gestual e será lançado um livro multiformato.
Novidade é também a deslocação do festival às escolas do concelho, com uma programação que inclui autores, escritores, workshops e seminários, tendo por base a comemoração dos 100 anos de José Saramago e dos 200 anos da Independência do Brasil. Ainda no âmbito do Folio Educa irá decorrer um seminário internacional, com 16 oficinas e a participação de diversos investigadores oriundos do Brasil para partilhar as suas experiências.
Pela primeira vez haverá no festival um dia dedicado a cada freguesia, onde estas escolhem a programação que querem apresentar e que passa por exposições, lançamentos de livros, poesia ou teatro.
A exposição do PIM!, integrada no Folio Ilustra, volta à galeria novaOgiva, com a participação de ilustradores e haverá um mini mercado, ilustrações para bebés e concertos.

Festival da língua portuguesa
A Folia é garantida pela Fundação Inatel, que pretende fazer do Folio um grande festival da língua portuguesa com a participação de músicos que juntam a tradição e a modernidade, explicou Francisco Madelino, presidente do conselho de administração da Fundação.
No capítulo da Boémia, a organização teve em atenção uma programação que fosse mais eclética e agregadora, contando com eventos não só ao final da noite, mas também às 19h00, a decorrer no terraço da Casa Saramago, mas também em várias ruas da vila. Em relação ao desporto, saúde e bem-estar, a tónica incide no poder de envelhecer e ainda haverá sessões gastronómicas, através de uma parceria com o Festival Internacional de Geografia, da Alsácia.
O evento conta um investimento na ordem dos 385 mil euros, o que de acordo com o presidente da Câmara, Filipe Daniel, representa bem a sua importância para Óbidos e para a região, do ponto de vista da literacia e do conhecimento. “Quando fazemos este tipo de eventos temos a preocupação de agregar, para além dos parceiros também a comunidade e mais uma vez ficou bem representada a estratégia do município em envolver as freguesias”, realçou.
De acordo com José Pinho, o Folio distingue-se da maior parte dos outros festivais por decorrer numa vila literária e porque a organização tenta não repetir os nomes dos convidados, embora isso nem sempre seja possível. Um desses casos é a presença, regular, de Ricardo Araújo Pereira, que este ano estará juntamente com Daniel Oliveira, à conversa à volta do livro “Política a 45 Graus”, de José Maria Pimentel. Também Mia Couto é presença assídua no evento, onde voltará a ser entregue o prémio Fernando Leite Couto.
Em alguns dias chega a haver quatro eventos ao mesmo tempo e o “segredo” da organização é “conseguir sobrepor atividades que não colidam com as outras,”, concluiu José Pinho.

- publicidade -