Retirada de quiosque junto a ermida gera polémica nas Caldas

0
625
Quiosque do Bernardino encerrou em finais de julho deste ano
- publicidade -

Quiosque fechou e a Câmara decidiu mandar retirar o equipamento. Decisão gerou polémica

O quiosque no topo da Praça da Fruta, junto à Ermida de São Sebastião, nas Caldas da Rainha, está encerrado desde o final de julho deste ano. O proprietário do quiosque, Américo Bernardino, reformou-se e, em 16 de setembro, em sede de reunião de Câmara, foi aprovada, por unanimidade, a decisão de mandar “notificar o proprietário do quiosque, para no prazo de 50 dias, retirar o mencionado equipamento”.
Esta semana a decisão foi partilhada pelo filho do proprietário, Telmo Bernardino, que através das redes sociais lamentava a decisão e divulgava a existência de “várias propostas para reabrir” e de uma possibilidade de o quiosque ficar para o Caldas Sport Clube para a venda de bilhetes e merchandising do clube.
O mesmo lançou uma petição pública pela permanência do quiosque, que reuniu, até esta terça-feira, as assinaturas de quase 500 pessoas.
À Gazeta das Caldas, Telmo Bernardino, realça que pretendem a manutenção do equipamento como símbolo, apesar de o Quiosque do Bernardino ter terminado o seu ciclo.
“Vamos responder à notificação, apesar de só termos dez dias”, revelou, notando que depois, a autarquia terá 60 dias para deliberar”.
O enquadramento histórico e emocional é a base da fundamentação. “Se o quiosque estivesse podre ou estragado dizia para ir para o lixo”, afirma, ressalvando que a estrutura tem sido mantida e não representa perigo. “Não temos nada contra ninguém, não estamos a concorrer para nada”, frisa.
Relativamente à possibilidade do Caldas Sport Clube, e por ser também vice-presidente do clube, frisa que sempre se colocou à parte do processo, mas que considera que “faria todo o sentido ser o quiosque do Caldas, para aproximar o clube da cidade”.
O mesmo não se opõe a uma mudança para o topo da praça, em frente ao Posto de Turismo.
Questionado pelo nosso jornal, o presidente da Câmara, Vítor Marques, frisa que o fecho do quiosque levou a autarquia “a fazer uma avaliação do processo e a tomar uma decisão que teve em conta o património classificado como imóvel de interesse público nacional, que tem um conjunto de regras”.
Vítor Marques realça que “não foi uma decisão contra ninguém, muito menos contra o sr. Bernardino que é uma pessoa de muita estima” e que não percebem “o problema da decisão que salvaguarda o património”. O autarca faz notar que o quiosque é propriedade do privado e que o município não tem interesse em comprar, até porque tem sentido dificuldade na concessão dos que já possui. Realça, também, o apoio dado pela Câmara e pelo próprio ao Caldas Sport Clube.
“Temos muita dificuldade em perceber tanta animosidade em relação a uma situação tão simples”, lamenta, informando que houve elementos da vereação que pediram para voltar ao tema na próxima reunião de Câmara. Em comunicado, a autarquia referiu que, “da evidente necessidade de preservar este tão relevante património classificado situado na nossa cidade e de requalificar o espaço envolvente, resultou a deliberação camarária de não voltar a ocupar aquele local com qualquer equipamento ou serviço”.
Questionado sobre uma possível mudança para o topo da praça, diz que nunca avaliou essa opção. “Não tenho uma opinião formada”, respondeu.
O quiosque está neste local há cerca de 30 anos, mas já antes existia um outro, uns metros mais abaixo, primeiro em madeira e, depois em chapa. Foi esse primeiro, em madeira, que foi adquirido por Américo Bernardino na década de 70 do século passado. Depois substituiu-o pelo de chapa que, posteriormente, seria desmantelado para dar lugar ao quiosque atual. ■

- publicidade -