A Festa de Verão Expotur 2016 chegou ao fim em dia de feriado, 15 de Agosto, após 11 dias de portas abertas e mais de 50 mil refeições servidas no recinto da Expoeste. A organização assegurou que este ano a afluência superou a de 2015, ultrapassando os 150 mil visitantes, e garantiu que pretende investir num cartaz com mais bandas nacionais, num sistema de ar forçado para regular a temperatura do pavilhão e na construção de 20 cozinhas fixas.
Foram 19 as colectividades do concelho que deram vida às tasquinhas, num total de mais de 400 voluntários. Um esforço que, garantem os dirigentes das associações, dá frutos no final do certame, já que as receitas obtidas são essenciais ao desenvolvimento das suas actividades.
António Marques, director da Expoeste, fez um balanço muito positivo dos 11 dias do evento (normalmente são 10), salientando que se ultrapassaram os números do ano anterior. Mais de 50 mil refeições servidas, mais de 150 mil visitantes e mais de 600 voluntários envolvidos (400 em permanência). Números que ilustram “o grande êxito popular desta festa que é também a festa da grande família caldense”, disse o responsável, adiantando que um dos objectivos para a próxima edição é “reforçar o cartaz musical com bandas nacionais de qualidade, mantendo-se a vertente popular que já caracteriza as Tasquinhas”. Dos 130 mil euros gastos para a realização do certame, 30 mil foram direcionados para a animação em palco.
No futuro, a organização também pretende investir num sistema de ar forçado para regular a temperatura do pavilhão, visto que o calor foi das coisas que mais incomodou os comensais e visitantes. Também está prevista a construção de 20 cozinhas fixas o que evitará que sejam as colectividades a transportar e montar os seus equipamentos para cozinhar. Esta última promessa – que já vem sendo feita há algum tempo – custa cerca de 150 mil euros e, garantiu António Marques, já se encontra em fase de projecto. “Não vamos descansar enquanto não conseguirmos concretizá-la”, acrescentou.
Durante os 11 dias cada tasquinha contou com o apoio de três técnicas de segurança e higiene alimentar, que supervisionaram todos os procedimentos dentro das cozinhas. Foram inclusive dados dois cursos de formação aos voluntários que trabalharam nas tasquinhas. Segundo António Marques, “a Expoeste foi pioneira em Portugal em ter uma equipa em permanência num evento deste tipo”.
UM APLAUSO PARA OS VOLUNTÁRIOS
Em palco, juntamente com os presidentes de junta das Caldas da Rainha, com a vereação caldense e os dirigentes das 19 colectividades que participaram nas Tasquinhas, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, pediu um forte aplauso a todos voluntários que contribuíram para esta festa. “Todo o trabalho que as colectividades aqui tiveram vai ser rentabilizado com o dinheiro que angariaram para depois desenvolverem as suas actividades junto da comunidade, contribuindo assim para o desenvolvimento económico, cultural, social e desportivo do concelho”, realçou o autarca, destacando a Expotur como “a festa das associações das Caldas da Rainha”.
Já a convidada Eduarda Marques, representante do IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude), elogiou o dinamismo e a vitalidade que se respiram no concelho das Caldas. “A diversidade de associações envolvidas no certame afirmam a nossa cultura e são iniciativas como esta que nos fazem sentir portugueses! Não só aos que vivem cá, como aos emigrantes que nos visitam nesta altura”, salientou a responsável, que também fez notar o convívio entre gerações que este tipo de eventos estimula.
Na Expotur 2017 será lançada a exposição “O Extraordinário Mundo da Diáspora Caldense”, uma iniciativa que pretende dar a conhecer os emigrantes portugueses nos quatro cantos do mundo através de fotografias que retratem as suas realidades. Para isso será promovido um concurso fotográfico (dirigido apenas a emigrantes) cujo regulamento oficial será divulgado em Setembro. Esta é uma iniciativa à qual se pretende dar continuidade todos os anos.
Tasquinhas são decisivas para financiar colectividades
Durante 11 dias, as 19 colectividades participantes não pagam luz, água, gás ou aluguer do espaço da tasquinha. O grosso da despesa é com os alimentos e as bebidas, pois a maioria dos trabalhadores são voluntários. Gazeta das Caldas quis saber o impacto económico que este evento tem nas contas das associações e, entre as nove que conseguimos contactar em tempo útil, a opinião é unânime: as receitas obtidas são um balão de oxigénio aos seus orçamentos e, nalguns casos, são essenciais à manutenção das suas actividades.
Sérgio Pereira, dirigente do Rancho “As Ceifeiras” da Fanadia, mostrou-se muito contente com edição deste ano. “Só na sexta-feira fizemos mais lucro que na totalidade dos dias do ano passado. Pensava que com o investimento na Feira dos Frutos, as Tasquinhas iam cair para segundo plano, mas enganei-me… houve muito movimento”, disse, acrescentando que a receita obtida representa 70% da receita do rancho. Uma percentagem que, no caso da ARECO (Coto), sobe para 80%, de acordo com Rute Pancada que, tal como Sérgio Pereira, se escusaram a divulgar os valores das receitas.
Já António Ferreira, em representação da ACR e U.B. Campo, revelou que serviram um total de 800 refeições e que, embora ainda não tenham fechado as contas, esperam obter um lucro de 4500 euros, dinheiro que reverterá a favor da construção de um novo telhado para o salão da associação. Contudo, o responsável considera que a afluência deste ano foi semelhante à de 2015, opinião partilhada por José Carlos Madruga, do Caldas Sport Clube. “Se conseguirmos o mesmo valor do ano passado, cerca de 7000 euros, já é muito bom. Servirá para cobrir despesas de deslocações, refeições e inscrições das equipas. No início da época temos muitos gastos e as receitas das Tasquinhas são uma ajuda significativa”, afirmou.
Tiago Rosa, em nome do Grupo Desportivo do Landal, apontou a uma média de 10.000 euros (facturação bruta, que inclui os custos), salientando que este ano a colectividade deve obter menos lucro do que em 2015 porque serviu as refeições mais baratas. Todo o dinheiro angariado servirá para cobrir despesas relacionadas com o futsal. De notar que o GDL é das associações com menos voluntários – cerca de 10, quando a maioria chega aos 15 ou 20 – e que é a única tasquinha a representar a freguesia do Landal.
Já Jéssica Daniel, da associação ANDAR (Ramalhosa) estima uma facturação de 15.000 euros, realçando que “sem as receitas das Tasquinhas não era possível manter a colectividade a funcionar”.
Segundo Pedro Creio, do GD os Boémios, “este terá sido o ano em que vendemos mais refeições, sendo que dia após dia vimos o movimento crescer na nossa tasquinha”. O responsável não quis revelar qualquer número, mas assegurou que sem o lucro obtido não seria possível proporcionar aos seus associados actividades a tão baixo custo, uma vez que só assim o valor das cotas é mínimo.
Anabela Patacho, em nome da ACDR Arneirense e do Racho Folclórico “Os Oleiros” (uma das modalidades da associação que também se fez representar por uma tasquinha), adiantou apenas que é “graças às Tasquinhas que vamos mantendo as actividades que desenvolvemos no resto do ano”.
Os dirigentes elogiaram as condições de higiene e segurança alimentar, mas pedem por melhores condições nas cozinhas e por novidades no programa do certame.
Gazeta das Caldas contactou o Centro Paroquial das Caldas, a Associação Equestre os Amigos do Pintas, o Sporting Clube das Caldas, a ACR Nadadouro, a Associação CD Trabalhias e a Sto. Onofre Monte Olivett, que não responderam em tempo útil. Não se revelou possível contactar por telefone os Azeitoneiros de Alvorninha, a Paróquia de Salir de Matos, Os Vilanovenses e associação da Mata de Porto Mouro.