Apresentar o primeiro livro na terra natal

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A apresentação do livro foi feita pela autora, por responsáveis da associação e da Junta
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“A Menina de Portugal”, livro de Mariazinha, foi apresentado a 2 de novembro na Paradense

A sala do primeiro andar da associação Paradense, no Chão da Parada, encheu-se de gente, de todas as idades, para assistir à apresentação do livro “A Menina de Portugal” de Maria Silva Alexandre, uma filha da terra. Nesta obra, Mariazinha, como é conhecida, conta a sua história e da sua família, emigrantes em França. Este seu livro foi lançado a 3 de dezembro, em Montreal , no Canadá, perante “público português e canadiano”. A história, onde outras famílias acabam por se rever, tem levado a autora caldense a ter convites como aconteceu com a participação na Feira Internacional do livro do Quebec . Outro motivo de interesse é a capa da obra, com Maria acompanhada pela sua mãe, feliz, ainda jovem. A imagem, tirada num fotógrafo em Leiria “suscitou muita admiração no Quebec, na mais antiga cidade da América do Norte”. Através do livro e da sua capa “foi possível abolir a distância entre as localidades”. A autora referiu que “é com grande emoção que aceitou apresentar a obra na sua terra, “nas minhas origens e nas minhas raízes”. E contou que, em

No final, houve muitos pedidos de autógrafos à autora. Lucro da venda desta obra reverte a favor da associação

primeiro lugar, escreveu para filhos e netos de modo a que conhecessem o passado de emigrante. Contou que o seu pai foi primeiro, “atravessando os Pirineus, vivendo nos bairros de lata e trabalhando na recolha do lixo de modo a poder, mais tarde, receber a mulher e filha. Algumas pessoas, tal como a autora, emocionaram-se com as situações descritas pela autora, pois muitas também têm a emigração nos seus percursos. Mariazinha rematou afirmando que a escrita “é um ato de humildade” e “se formos verdadeiros e autênticos também chegamos aos outros”. Foi o caso de Manuela Jacinto que esteve em Moçambique e que regressou ao fim de 49 anos. “Também gostava de escrever sobre a minha experiência mas não tenho jeito”, disse Manuela Jacinto que quis comprar este livro. Para Anabela Fragata, amiga da autora, “a emigração é algo que marca as pessoas e é importante partilhar memórias de quem a viveu”. A autora ofereceu aos presentes um grande bolo com a capa inscrita, seguiu para a biblioteca onde correspondeu aos muitos pedidos de autógrafos. A venda dos exemplares reverte integralmente a favor da Associação Paradense. Esta última está a assinalar o seu 49º aniversário e segundo o presidente da direção, Joaquim Fragata, houve iniciativas que foram incluídas na programação como a reabertura da biblioteca, a inauguração do Parque infantil, uma dádiva de sangue e a apresentação do livro.
Na requalificação da biblioteca da associação foram reaproveitados móveis e contaram com a oferta de muitos livros de Raul Simões. “É um homem da terra que foi advogado em Lisboa e que tem as suas raízes na aldeia que o viu nascer”. O Parque infantil também contou com uma renovação de cerca de 20 mil euros, apoiada pela Junta e autarquia. O almoço de aniversário reuniu 250 pessoas. “Oferecemos o almoço a todos os sócios com as quotas em dia”, rematou o presidente. ■

Na semana passada, a associação celebrou 49º aniversário reabrindo a biblioteca e a renovação do parque infantil da Paradense, mas que é usado por todas as crianças da localidade
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