“Espelho” foi apresentado a 20 de outubro, no restaurante Casa da Bia
O monólogo “O Espelho” de Machado de Assis (1882) foi apresentado nas Caldas na passada sexta-feira, 20 de outubro, pelo ator brasileiro, Paulo Antunes.
A apresentação esteve prevista para o Museu de Cerâmica mas o mau tempo acabou por ditar que o monólogo fosse apresentado na Casa da Bia, restaurante que fica na Rua Fonte do Pinheiro, próximo da Avenida 1º de Maio.
A chef Bia cedeu o seu espaço na cave, onde fica a sala de refeições, possibilitando assim a apresentação desta peça teatral produzida pela Companhia Teatro Institucional, com direção de Jitman Vibranovski. Após a apresentação da peça, que reflete sobre as questões da alma, da identidade e da solidão, o ator interagiu diretamente com o público, partilhando ideias e sentimentos suscitados pela interpretação e pelo próprio texto.
O ator Paulo Antunes esteve em Portugal para participar no congresso Luso-Brasileiro de Arte Terapia, que teve lugar em Lisboa, durante o fim de semana passado.
Aproveitou para vir às Caldas apresentar em estreia esta peça, tendo aceitado o convite de Juliana Portela, estudante da ESAD.CR, que articulou a vinda de Paulo Antunes até à cidade termal. A também fotógrafa conhece-o há vários anos e afirmou à Gazeta que foi com muito gosto que proporcionou esta vinda, ainda para mais trazendo um monólogo “do rei da literatura brasileira, Machado de Assis”. O ator também dirige a companhia Teatro Institucional desde o ano 2000, e já integrou o elenco de mais de 15 peças, com diretores como Amir Haddad, Jitman Vibranovski, Caique Botkay, Para além de ter integrado o elenco de novelas brasileiras da Rede Globo e da Record.
“É uma grande honra pela literatura e pelo teatro poder representar este monólogo de Assis”, disse o ator à Gazeta das Caldas. Os avós de Paulo Antunes são portugueses e, como tal, “metade de mim é de cá”, reforçou o artista que aprecia vários autores, como Saramago ou Fernando Pessoa.
Por agora, o autor está concentrado neste monólogo de Assis, “uma peça de muito fôlego e que ainda tem espaço para caminhar”. “Espelho” depois das Caldas foi apresentado noutras localidades de terras lusas. ■