Rui Rio garante reeleição e PSD já prepara as legislativas

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Rui Rio

Resultados na região coincidem com desfecho a nível nacional, sendo Óbidos a exceção, com triunfo de Rangel. Lista de deputados em discussão

Rui Rio venceu, no passado sábado, as diretas para a liderança do PSD e partido já olha para as eleições legislativas. O triunfo do antigo presidente da Câmara do Porto no distrito foi claro, com 54,06% dos votos, contra os 45,94% de Paulo Rangel, num ato eleitoral em que votaram 1.304 militantes.
Na secção das Caldas da Rainha o triunfo cifrou-se apenas em 4 votos, com Rio a recolher 150 votos, contra os 146 de Paulo Rangel. Registaram-se 4 votos brancos e 3 votos nulos.
Em Óbidos, o cenário inverteu-se, com o eurodeputado a obter a preferência de 18 dos 29 militantes que foram votar. Paulo Rangel só ganhou noutros dois concelhos do distrito.
De resto, na região, Rui Rio venceu de forma expressiva no Bombarral (82,05%), mas em Alcobaça e Peniche por apenas 3 votos, enquanto na Nazaré se registou um empate: 7 votos para cada candidato.
Para o presidente da Comissão Política Concelhia das Caldas do PSD, este “processo de discussão e clarificação interna foi muito importante para o partido”.
Sublinhando que, nas Caldas, o resultado “está muito alinhado com o resultado nacional”, Daniel Rebelo relembra que a secção “não tomou qualquer posição de apoio a um dos candidatos” e diz acreditar que Rui Rio “tem condições para protagonizar uma candidatura muito digna às legislativas e de discutir a vitória”. “Está preparado para ser primeiro-ministro”, considera o dirigente local, que não concorda, contudo, com a tese de que o aparelho do PSD saiu derrotado. “Isso faz parte da espuma da discussão política. O presidente do partido terá tido apoio de pessoas do aparelho, mas sobretudo foram os militantes de base que claramente estiveram com o partido”, frisa Daniel Rebelo.
Para Filipe Daniel, líder do PSD/Óbidos, “há uma ideia de divisão de opiniões internas”, mas “em primeira instância são, de facto, os militantes de base que definem o que pretendem para o partido e não as estruturas concelhias ou distritais”. O recentemente eleito presidente da Câmara de Óbidos releva que o PSD “é um partido que, apesar de poder manifestar alguma vontade de mudança, continua a ser um partido que na sua generalidade se manifesta conservador”, privilegiando “aqueles que lhe transmite maior confiança para o desempenho de futuros desígnios”.
“Sempre que há disputas internas, há divisão, e havendo divisão geralmente não se fortalece o partido, ainda mais com as legislativas num horizonte muito próximo”, nota o autarca, para que, todavia, “ficou bem patente e contrariamente ao que se passou em disputas diretas anteriores”, que “houve uma maior preocupação em não deixar feridas irreparáveis internamente”
“Se o partido pode não ter saído mais forte, Rui Rio reforçou claramente a sua legitimidade para continuar à frente do partido, tendo claramente excelentes condições para ser Governo”, vaticina o social-democrata, que considera que o resultado da votação em Óbidos, em que Paulo Rangel venceu, “significa que também aqui houve divisão de opiniões e reflete bem a liberdade na tomada de posições”.

Ganhar legislativas
No entender do presidente da Distrital de Leiria, o PSD “está mais unido que nunca, preparado para o combate eleitoral”. “Estou certo de que vamos a eleições para ganhar as legislativas”, afirma Hugo Oliveira, destacando que, passado este processo de escolha interna da liderança, as atenções estão agora centradas nas eleições de 30 de janeiro.
O caldense que, tendo em conta as suas funções, optou por não tomar uma posição pública relativamente ao candidato que apoiava, garante estar ao lado do líder para o próximo combate eleitoral.
“Houve uma vontade expressa dos militantes de que Rui Rio seja primeiro-ministro e espero que assim seja, há este trabalho agora de preparação”, disse à Gazeta das Caldas.
De resto, a assembleia distrital do PSD já reuniu no passado domingo para aprovar o perfil do candidato e, na terça-feira, reuniu a Comissão Política Distrital alargada, com os presidentes de Concelhia, para aprovar a lista de candidatos a deputados, que por agora é meramente indicativa. A partir daí, o presidente da estrutura distrital do partido passa a discutir esta matéria com a Comissão Política Nacional.
Para 7 de dezembro está marcado o Conselho Nacional do PSD, em Évora, onde serão aprovadas as listas de candidatos a deputados.
“O presidente da comissão política nacional irá indicar quem é o cabeça de lista e depois irá discutir-se a lista”, especifica Hugo Oliveira, cujo nome deve voltar a perfilar na lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Leiria ■

Rostos do partido

Daniel Rebelo                         Filipe Daniel                          Hugo Oliveira
          PSD/Caldas                              PSD/Óbidos                            PSD/Leiria