Artesanato local e de outras regiões reuniu-se na Praça

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O artesanato deu vida à Praça na tarde e serão de sábado
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Artesanato voltou a ser rei na Praça. Segunda edição contou com novos projetos e convidados de outras zonas

No sábado, 19 de outubro, à tarde, a Praça da Fruta ganhou segunda vida. De manhã, dedicada ao comércio das frutas e legumes como é tradição e ao fim da tarde ganhou nova função: receber as bancas dos cerca de 40 artesãos das Caldas e outros convidados que vieram de Norte a sul do país.
Segundo Teresa Teodoro, a atual presidente, a Associação de Artesãos das Caldas “é a mais antiga ainda em atividade”. E estava satisfeita pois a Associação caldense terá a peça coletiva que os artesãos realizaram a propósito do 25 de Abril numa mostra no Museu Berardo em Estremoz, em novembro.
Ao todo foram convidados 14 artesãos de outras regiões do país e por isso marcaram presença autores que trabalham a joalharia, o vitral, a olaria artesanal, a pedra, entre tantos outros materiais. “Temos pela primeira vez as cestas de Alcobaça e também a Confraria do Boneco de Estremoz”, referiu a responsável, comentando ainda que desde o início, o certame contou sempre com muita gente a circular e a conhecer as suas propostas artesanais.

Matilde Silvério Cabrita, 27 anos, dedica-se às caricaturas e trouxe as suas versões da Rainha D. Leonor, o Zé Povinho e o Bordalo Pinheiro.
A autora é de Torres Vedras mas está a viver nas Caldas há quatro meses. Começou a dedicar-se ao desenho de várias personalidades. Tem os seus projetos à venda nalguns espaços das Caldas e de Óbidos. Sobre o evento, referiu que esta é “uma ótima forma para colocar os autores em contato direto com o público”.
A trabalhar ao vivo esteve Jorge Lindinho que deu a oportunidade a quem quis de realizar uma peça de cerâmica na roda. Quem aproveitou a oportunidade foi Sofia Ferreira, de 12 anos, que fez um prato à roda.
“Gostei muito! Foi a primeira vez que fiz uma peça”, disse a visitante que vai querer repetir a experiência. Também em estreia nesta iniciativa esteve Rainer Gorris, 75 anos, um novo oleiro que vive no Barrocalvo. Este engenheiro químico (das áreas da cerâmica e vidro) está a viver há cinco anos em Portugal e há quatro que se dedica à cerâmica. “Na minha família há várias gerações de ceramistas”, disse o autor que trouxe a sua produção, que estava a vender bem. Para si, a cerâmica é um hobbie e gosta de se dedicar à experimentação.
Duas jovens caldenses, Beatriz Canoa e Mariana Bernardo, vieram ao certame apresentar a sua marca de velas artesanais. “Começámos no início do ano e está a correr bem”, disseram, acrescentando que este Artesanato na Praça foi um bom pontapé de saída para a marca Kiuka pois trouxe-lhe visibilidade. Vendem velas de soja, aromatizadas e “tentamos usar tudo o mais orgânico possível”. Vendem as suas velas on-line e os seus anjinhos, peónias, flocos de neve e potes custam entre os oito e os 14 euros.
David Meehan vive em Portugal há 39 anos e veio apresentar o seu projeto Choca Arts, onde convida toda a gente a dedicar-se às artes. Do seu projeto faz parte a coordenação de workshops artísticos, alguns dos quais já se realizaram na Columbófila.
Alexandre Correia é o grão mestre da Confraria do Boneco de Estremoz que veio marcar presença a este evento com exemplares feitos por vários ceramistas. “Foi fundada há dois anos e estamos focados na divulgação do nosso património, reconhecido pela Unesco”, disse.
O ceramista João Pinto da Costa esteve no certame com “Sons da Terra” onde apresentou vários instrumentos musicais feitos em cerâmica e que permitem vários tipos de batuque. “Gostava de poder realizar ocarinas”, disse este autor ligado às Caldas, e que se encontra a viver em Tomar.
De 23 de novembro, a 23 de dezembro, a Associação de Artesãos das Caldas vai ter uma exposição dos seus trabalhos, dedicados ao Natal, na Capela de S. Sebastião. ■

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