Iniciativa do Dia da Floresta Autóctone reuniu mais de 30 voluntários nesta mata do concelho caldense no sábado
A Câmara das Caldas manifestou há cerca de um ano, o seu interesse em assumir a gestão do património edificado existente na Mata das Mestras (a antiga casa do Guarda Florestal), para ali criar um centro interpretativo. A manifestação de interesse, junto do ICNF e do Ministério da Agricultura, ainda não obteve resposta.
A pretensão foi dada a conhecer por Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas, numa iniciativa do Dia da Floresta Autóctone, na tarde do passado sábado, precisamente na Mata das Mestras, que tem 84 hectares e que “é das manchas mais significativas de floresta autóctone no concelho”, caracterizou o autarca, mostrando a sua satisfação por ter, neste município, a Mata da Rainha D. Leonor, o Parque D. Carlos I, a Quinta da Boneca e outras. Mostrou também interesse em reflorestar a zona das Águas Santas. Entre os projetos na área do Ambiente destacou a Estrutura Ecológica Verde urbana, com investimento na arborização, na criação de novos parques e zonas verdes naturalizadas, o Plano de Requalificação das Linhas de Água, o Inventário do Arvoredo Urbano, o Biorainha, o controlo e erradicação de espécies exóticas e invasoras. Outro projeto em mente é o “Bolotas Mestras”, com o ICNF e o Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada onde se pretende criar um viveiro de espécies autóctones. Foi já a pensar nesse projeto e na reflorestação do concelho que se realizou esta visita às Mestras, onde os cerca de 30 participantes recolheram bolotas.
O autarca realçou a evolução na estrutura municipal dedicada ao Ambiente, que tinha apenas dois engenheiros florestais e atualmente tem uma equipa de cinco técnicos.
Pedro Candeias, engenheiro florestal da Câmara, salientou a criação do Plano Municipal de Execução, que substitui o Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios, mas “é mais abrangente e dinâmico”.
Nuno Gonçalves, da Divisão de Proteção e Gestão das Áreas Públicas Florestais do ICNF, que tem a responsabilidade desta mata, fez notar que as Mestras “é uma floresta, não é um jardim” e que fizeram um trabalho no núcleo de entrada, onde existia um pinhal, de pinheiro bravo, que era “uma manta de combustível desordenada”, numa zona de fronteira da mata. “Os pontos de contacto são uma preocupação para nós”, frisou. ■