A saída do confinamento permitiu um aumento de denúncias de casos de abuso, a que os serviços tentam dar resposta
Desde o início do ano e até à passada sexta-feira (26 de novembro) o Gabinete de Apoio à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD), atendeu 54 novos casos de violência doméstica. Só no primeiro trimestre estes serviços receberam a denúncia por parte de 25 novas vítimas, a sua maioria mulheres e com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos.
O ano ainda não acabou e este número já é bastante superior ao do ano passado, em que o gabinete de apoio, integrado nos serviços da autarquia, atendeu 42 vítimas, a sua maioria mulheres (apenas dois homens), e com idades a partir dos 66 anos. Débora Alves, coordenadora do GAVVD, refere que este “aumento exponencial” de denúncias resulta do facto de durante o período de pandemia as vítimas estarem em casa junto do agressor e não puderem fazer participação. “Quando regressaram às suas vidas houve um aumento das denúncias de situações de abuso”, refere, acrescentando que os processos chegam ao gabinete através das forças de segurança, do Centro Hospitalar, da Segurança Social, de estabelecimentos de ensino e de IPSS.
Aposta na sensibilização
O foco deste serviço tem sido sempre a sensibilização, como forma de alertar para esta problemática, sobretudo junto das camadas mais jovens, com ações nas escolas do concelho e também com as outras instituições locais.
Para assinalar o Dia Internacional pela Violência Contra as Mulheres (25 de novembro), foi lançada nas Caldas a campanha “A Rota Bordaliana não se esquece de TI”, em que foram colocadas diversas frases, junto das figuras de cerâmica, que denunciam que a violência doméstica é um perigo público e que deve de ser denunciado, quais os tipos de violência doméstica que existem, ou que enquanto houver um caso de abuso não fica tudo bem. Foram ainda colocadas frases alusivas à temática, elaboradas pelos técnicos do serviço, à porta da Câmara, na biblioteca municipal, Turismo e Centro de Produtos Regionais. Débora Alves considera que esta é uma sensibilização é uma “mais valia para as pessoas estarem mais atentas a esta problemática”.
Desde que o GAVVD abriu portas, há seis anos, já foram atendidas mais de 375 vítimas de violência doméstica. ■