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Época dos incêndios florestais foi relativamente calma este ano, mas representa uma pequena parte da atividade dos bombeiros. Utilização da ambulância do INEM para transferências hospitalares preocupa comando em relação ao socorro

Os números da atividade dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha nos primeiros 10 meses deste ano são impressionantes. Até 28 de outubro a corporação respondeu a perto de 11,500 pedidos de socorro, nas suas mais variadas valências, e os incêndios florestais, aquela que é a face mais visível desse trabalho, corresponde apenas a uma pequena parte.
Com o dispositivo de incêndios deste ano já concluído, é apenas nesta valência que já é possível realizar um balanço final de atividade. Nelson Cruz, comandante da corporação, confirma que, na parte dos incêndios florestais, “foi um ano relativamente calmo”. No total, os soldados da paz caldenses foram chamados a 55 ignições no concelho, “coisas pequenas que resolvemos com facilidade”, realça Nelson Cruz.
Um dos motivos para o baixo número de ignições foi o clima, que neste verão esteve mais húmido do que o habitual. No entanto, o comandante destaca, igualmente, que o ataque inicial rápido e musculado fez com que os incêndios deflagrados não tomassem proporções maiores. Foi o caso de um incêndio na Cumeira da Cruz (Alvorninha), que “tinha condições para deflagrar com intensidade, mas que resolvemos bem”, realça o comandante.
Este foi o incêndio florestal com maior área ardida no concelho este ano, cerca de 1 hectare, para um total de área ardida próxima de 1,6 hectares, um valor que bate o mínimo do ano passado (2,5 hectares) e que compara, por exemplo, com os 400 hectares de 2017.

“Preocupa-nos as ausências da ambulância protocolada com o INEM para fazer transferência hospitalar”

Nelson Cruz

Apesar da área ardida ser reduzida, Nelson Cruz lembra que é preciso continuar a zelar os terrenos florestais, agindo na limpeza como prevenção. “É algo que não se pode descurar, porque se não se limpar o mato haverá combustível para arder”, alerta.
Além das chamadas no concelho, destaque para as saídas a incêndios ao Algarve, em Almodôvar, Castro Marim e Monchique, onde se deslocou com veículo de combate e veículo de comando, além do autocarro da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, que fez duas vezes transporte e rendição dos bombeiros do distrito.

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Preocupação no socorro
Como já referido, as 55 ocorrências nos incêndios florestais são um número pequeno na atividade dos bombeiros, que têm igualmente papel importante no socorro e emergência pré-hospitalar. Neste âmbito, os bombeiros das Caldas foram chamados a 4432 ocorrências, para transportar 4414 pessoas em todo o tipo de ocorrência, com as ambulâncias da corporação a percorrerem 84.665 quilómetros. Destes números, Nelson Cruz destaca o trabalho realizado no âmbito da covid19, no qual foram transportados 449 doentes suspeitos de infeção, dos quais 162 se confirmou estarem infetados.
O comandante destaca, igualmente, 269 transportes transferências hospitalares do hospital das Caldas para outras unidades hospitalares, por falta de ambulâncias no CHO para realizar esse tipo de serviço. Esta é uma situação que preocupa aquele responsável, porque essas transferências são realizadas em protocolo com o INEM e implicam a ausência da ambulância específica para o socorro. “São cerca de quatro horas em que a ambulância e os seus tripulantes não estão disponíveis para servir a população, o que é algo difícil de gerir”, alerta.

627 mil quilómetros foi a distância percorrida pelas viaturas da ABVCR nos primeiros 10 meses deste ano, o equivalente a completar 16 voltas ao planeta Terra

No transporte de doentes não urgentes, um serviço importante prestado à população, já foram transportados este ano 17.550 doentes e percorridos quase meio milhão de quilómetros.
Nos acidentes rodoviários, a corporação foi chamada a 149 acidentes e fez transporte de 202 sinistrados, um aumento face ao ano passado, no qual a pandemia ditou também um decréscimo no tráfego automóvel.
Nos incêndios em ambiente urbano, os bombeiros das Caldas receberam 56 alertas, a maioria de fácil resolução, mas em dois deles foi necessário recurso à valência de busca e salvamento.
A corporação foi ainda chamada a 1606 ocorrências como quedas de árvores, lavagens de pavimento, salvamento de animais, aberturas de portas e elevadores, entre outras, pedidos que chegam “todos os dias”, realça Nelson Cruz.
O comandante realça o espírito de missão dos bombeiros que comanda e a relação com a população, tecido empresarial e também das autarquias no concelho. Deixou um agradecimento a Fernando Tinta Ferreira, que “foi um presidente de Câmara magnífico para os bombeiros”, estendo a todos os autarcas que terminaram os seus mandatos, e acredita que o bom relacionamento institucional com a autarquia se vai manter com Vítor Marques.
No ano em que a associação comemorou o 126º aniversário, Nelson Cruz destaca, ainda, a renovação do Comando com a promoção de Ricardo Soares e Bruna Simões, que também se trata de um marco histórico por se tratar da primeira mulher nesta estrutura. ■

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