O antigo presidente da Câmara diz que foi agredido e apresentou queixa junto da PSP
O antigo presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, queixa-se de ter sido agredido na obra da Rua da Estação.
À Gazeta das Caldas o ex-autarca, que presidiu à Câmara da cidade termal durante quase três décadas, disse que ia a passar no local e que não encontrou qualquer sinalização ou barreira à entrada na obra. No interior do perímetro afirma ter percebido alguns defeitos na obra, como a colocação de tapete sem cola e em locais que não estavam, segundo o próprio, devidamente preparados. “Chamei a atenção de um trabalhador”, conta.
Depois, “um senhor, sem se identificar, mandou-me sair e que não podia tirar fotografias e filmar. Eu perguntei porque é não podia e ele disse que não podia estar na obra, ao que respondi que não havia nada que me impedisse”, disse, contando que se apresentou e que o homem lhe disse que era o encarregado da obra e que já o conhecia bem. “Deu-me uma palmada na mão e arrancou-me o telemóvel da mão”, prossegue Fernando Costa, “e disse para sair dali. Eu disse que, como me estava a roubar o telemóvel ia chamar a PSP e outro empregado agarra-me pelo pescoço e pelos braços e arrasta-me pela rua abaixo, cerca de 30 metros”, acrescenta, referindo que “fiquei ali no passeio, até a PSP e o INEM chegarem”.
O ex-autarca apresentou queixa-crime por agressão e roubo de telemóvel, contando que terão ainda mexido no seu dispositivo para ver o que tinha fotografado. Queixa-se de ter ficado dorido nos braços e no tronco, além de o episódio ter suscitado um pico de tensão arterial, o que motivou a chamada do INEM.
“Sei que o Sr. Engenheiro Beato disse a várias pessoas que fiz uma cena e me atirei para o chão, mas eu não sou cobarde para me deitar ao chão e ajoelhar-me”, afirma Fernando Costa, que diz que se sente no direito de visitar as obras camarárias, desde que salvaguardando as condições de segurança e que o seu objetivo era alertar para o que chamou de “aldrabices, que daqui a seis meses vão-se notar”.
A obra da Rua da Estação prevê o alargamento daquela artéria, ficando com trânsito nos dois sentidos e mais lugares de estacionamento, num investimento de cerca de 717 mil euros (mais IVA).

O ex-autarca, que foi ainda vereador em Loures e Leiria, após a presidência da Câmara das Caldas, afirma que durante os quase 30 anos como edil caldense “nunca ninguém foi expulso de uma obra” e que estes contributos dos cidadãos devem ser valorizados pelos executivos.
Diz que estas ações não lhe metem medo e que vai continuar a visitar obras camarárias e revela que o presidente da Câmara lhe ligou a questionar sobre o sucedido, apontando ainda assim ao vereador das obras, que diz estar “a defender o empreiteiro em vez de defender um caldense”.
Questionado pelo nosso jornal, o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, disse que atualmente está a correr um inquérito para apurar o que se terá passado, estando a ser ouvidas as pessoas envolvidas e outras que estavam no local.
O edil caldense contou que no momento em que terá ocorrido este episódio estava na Foz do Arelho, nas comemorações da elevação a vila, tendo sido informado por funcionários da autarquia no local. “Sugeri de imediato chamar o INEM e a PSP”, esclareceu.
Mais tarde, confirma, ligou a Fernando Costa a saber como este estaria e a questionar sobre o sucedido. Este ter-lhe-á feito “um relato da situação”, contou Vítor Marques.
O autarca remete medidas e tomadas de decisão para depois das conclusões do inquérito.
Gazeta das Caldas questionou a empresa, a Contec Construção e Engenharia S.A., de Pombal, mas não recebeu resposta a tempo do fecho da edição.