A iniciativa partiu do PSD, mas tem um caráter suprapartidário, apelando à união em torno dos problemas da saúde
Foi lançada, na passada segunda-feira, uma petição pública onde são defendidas melhorias no atual hospital das Caldas e a criação de um novo hospital, localizado também neste concelho.
A iniciativa partiu do PSD/Caldas, com a intenção de “lançar a discussão política” sobre o futuro do hospital, num dos momentos mais críticos da sua existência, explicou o presidente da Concelhia, Daniel Rebelo, em conferência de imprensa.
O objetivo passa por envolver toda a sociedade na discussão, tendo desde logo endereçado convites a todos os partidos políticos, movimento e comissão de utentes, para reunir. “O PSD deu o primeiro passo, mas a intenção foi chamar todos a participar na “luta” para que o novo hospital seja nas Caldas e que o atual possa ter melhores condições”, concretizou o vereador e deputado na Assembleia da República, Hugo Oliveira, garantindo tratar-se de uma questão supra partidária.
Hugo Oliveira lembra que a Assembleia Municipal tem uma comissão da Saúde, mas que nem todos os partidos estão representados e entendem que a iniciativa deve ser mais abrangente.
Esta é a altura indicada para se tomarem medidas de força porque o hospital “estará a viver os seus piores momentos de sempre”, quer do ponto de vista do seu espaço físico, de dificuldade de gestão financeira e orçamental e também de capacidade de recrutamento (e esgotamento) dos recursos humanos, salientou o vereador Tinta Ferreira.
A esta situação acresce o facto de se estarem a discutir oportunidades de investimento resultantes do Plano de Recuperação e Resiliência. Para além disso, “não existirão eleições nos próximos anos nem a expetativa de nenhum partido em tirar dividendos com esta iniciativa”, realçou o vereador social-democrata, pedindo a todos que se possam juntar num movimento coletivo para garantir melhores condições de saúde hospitalares no concelho. “Caldas, se não tiver um hospital que preste bons cuidados de saúde à população, seguramente vai ter problemas de afirmação e identidade, assim como de atratividade”, concretizou.
Convidado a estar presente, Vítor Dinis, porta-voz da Comissão de Utentes do CHO, realçou que esta não tem qualquer ligação partidária e que, embora já tivesse previsto avançar com o abaixo-assinado, não o irá concretizar, unindo-se à petição.
Também alguns elementos do CDS-PP responderam ao convite para marcar presença na reunião, que decorreu ao fim da manhã, no hotel Sana. Sofia Cardoso lembrou que os problemas da saúde são, há muitos anos, um tema unificador e não fraturante no concelho. “Faz todo o sentido reunir este grupo de pessoas, porque todos os partidos aqui representados desenvolveram algum trabalho, nos anos anteriores e em conjunto, para fazer um levantamento das necessidades e do que estaria menos bem no concelho”, referiu, defendendo a união de todos.
Também Vítor Fernandes, do PCP, é apologista da união das forças políticas, associações e população, para fazer alguma coisa. Lembrou as muitas promessas já feitas sem que tivessem sido concretizadas e que “é lamentável que hoje tenhamos os serviços de saúde do pior que há no país”.
Edmundo Carvalho, presidente da Concelhia do Chega nas Caldas, considera que os autarcas devem “despir a camisola partidária e centrar no que é o bem comum nas Caldas e nos cidadãos”, focando-se em melhorar as condições do hospital e pugnar pela decisão da construção de um novo equipamento de saúde neste concelho.
O movimento Vamos Mudar e o presidente da Câmara foram convidados a estar presentes, mas não compareceram na iniciativa, tal como aconteceu com o PS e o BE. ■