
Atual Subestação de Tração Elétrica da Amadora apenas permite exploração elétrica do troço compreendido entre as estações de Mira Sintra-Meleças e Malveira
A Infraestruturas de Portugal (IP) confirma que os trabalhos de modernização da Linha do Oeste, até às Caldas da Rainha deverão estar concluídos no segundo semestre deste ano. No entanto, não há garantias de que haja energia elétrica para garantir o fornecimento a toda a linha intervencionada. De acordo com a empresa, a deslocalização da Subestação de Tração Elétrica (SST) de Runa (que implicou a suspensão dos trabalhos da empreitada da SST), obrigará a que, “após a conclusão dos trabalhos de modernização e eletrificação, as instalações de tração elétrica sejam alimentadas, provisoriamente, pela SST da Amadora para evitar furtos”. Uma situação que manter-se-á até que sejam concluídos os trabalhos de construção da nova SST de Runa, no entanto, “com base na atual SST da Amadora, apenas será possível a exploração elétrica do troço compreendido entre as estações de Mira Sintra-Meleças e Malveira”, refere à Gazeta das Caldas.
Atualmente, e de acordo com a empresa, as empreitadas estão em desenvolvimento, estando em curso, entre outros, os trabalhos de reposição da sinalização de Meleças, os trabalhos de desbobinagem de catenária e a fase final de intervenção na via-férrea.
Recentemente a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) publicou um relatório onde recomenda a realização de uma auditoria externa aos processos utilizados na execução dos empreendimentos do Plano Ferrovia 2020, que refere ter um atraso de seis anos e nove meses em relação ao calendário inicial. No caso concreto da Linha do Oeste, o documento fala num atraso de “cinco anos e seis meses para a conclusão das intervenções, que se prevê estarem concluídas no primeiro trimestre de 2026”.
Essa auditoria, “com a intervenção de entidade especializada no domínio das obras públicas aos processos de planeamento, concursais, execução, fiscalização e sancionamento dos incumprimentos, utilizados na execução dos empreendimentos”, tem por objetivo “identificar debilidades e recomendar melhorias nos processos utilizados, bem como medidas corretivas e preventivas para a ocorrência de atrasos”, refere o documento.
À Gazeta das Caldas, a IP reconhece que o relatório de monitorização da execução dos investimentos na infraestrutura ferroviária, bem como o de monitorização da conservação da Infraestrutura ferroviária, “contêm um conjunto de conclusões relevantes” e algumas recomendações que a empresa “naturalmente desenvolverá e implementará”. No entanto, a IP refere também a necessidade de ter “como referência não o planeamento inicial de 2016, mas um calendário realista e exequível”. Quanto à recomendação da realização de uma auditoria externa, com a intervenção de entidade especializada no domínio das obras públicas, aos processos de planeamento, concursais, execução, fiscalização e sancionamento dos incumprimentos utilizados na execução dos empreendimentos, reconhece que será “certamente elemento essencial para melhorias de processos e aplicação de medidas corretivas futuras aos investimentos”.
A IP pretende agora articular com a AMT a definição de âmbito e do escopo da auditoria, devendo “ser assegurado que o trabalho a realizar seja desenvolvido por entidade externa independente”, concretiza, remetendo informações sobre os custos e prazos para depois dessa articulação. ■