Protocolo garante médicos em A-dos-Francos, Landal e Santa Catarina

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Assinatura do protocolo decorreu na manhã de 7 de fevereiro, na instituição caldense
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No Oeste Norte há um total de 21% da população sem médico de família e eram precisos, segundo Ana Pisco, diretora do ACeS, mais 24 médicos

Há três novos médicos no concelho das Caldas, com os quais já estão a ser elaborados os contratos, que ficam em vigor até dezembro deste ano. A chegada destes clínicos acontece ao abrigo de um protocolo entre o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Oeste Norte e a Santa Casa da Misericórdia das Caldas. O protocolo não estabelece o número de médicos. “Serão os que forem necessários”, referiu a provedora da instituição, na assinatura do documento. Estes três médicos juntam-se a uma que já estava ao serviço e servirão as populações de A-dos-Francos, Santa Catarina e Landal, ficando um na sede do concelho.
O documento estabelece um total de 90 horas de consultas semanais. Na prática, a Santa Casa da Misericórdia contrata os médicos, mas recebe o equivalente ao valor dos encargos com a remuneração.
Ana Pisco, diretora do ACeS Oeste Norte, salientou que “foi muito difícil encontrar profissionais. No último ano, neste agrupamento viram-se confrontados com a saída de muitos médicos. “Há 21% dos utentes sem médico de família, quando em 2017/18 chegámos a ter 8%”, contou Ana Pisco. Segundo a mesma, seriam necessários mais 24 médicos para suprir as necessidades, até porque está prevista a passagem de mais médicos à reforma no primeiro semestre deste ano. No final de maio há cinco médicos a terminar a especialidade no ACeS. “Esperemos que fiquem”, admitiu.
Já Luís Pisco, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), disse que normalmente numa situação destas recorre-se à prestação de serviços, mas que “a qualidade de gestão” da Santa Casa das Caldas foi o motivo para procurarem estabelecer este protocolo. Os novos médicos não são médicos de família, realçou o dirigente, esclarecendo que “a falta desses clínicos “ficará resolvida com a formação de novos médicos”. “Na ARS temos atualmente 800 médicos em formação na medicina geral e familiar”, frisou.
A provedora da Santa Casa, Maria da Conceição Pereira, disse que este protocolo se insere no espírito de comunidade da instituição e recordou que “já na anterior mesa administrativa, com Lalanda Ribeiro, tinha havido uma colaboração com o ACeS e com a ARS LVT no sentido de serem colocados médicos nos nossos centros de saúde” e que “no final do ano de 2021 fomos novamente desafiados para esta parceria e, de imediato, dissemos que sim, com um protocolo que durou cerca de três meses, entre setembro e dezembro”.
Maria da Conceição Pereira frisou, ainda assim, que “não é este o core business da Santa Casa da Misericórdia, que tem o seu corpo clínico, com médicos e enfermeiros, mas este é o espírito da instituição, sempre estivemos abertos a colaborar com a comunidade”. A provedora nota ainda que esta solução “vem dar resposta a muitas necessidades que as populações têm” e responde a uma “máquina burocrática que, muitas vezes, não ajuda”. ■

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