A Semana do Zé Povinho 19-02-2016

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Papa Francisco e o Patriarca KirillZé Povinho e o seu criador, Rafael Bordalo Pinheiro, mantiveram sempre uma relação tensa com as religiões, sendo muitos conhecidas as várias caricaturas realizadas a propósito pelo mestre durante a sua vida.
Contudo, Zé Povinho tem apreciado a forma como o actual Papa, Francisco, tem desempenhado a sua missão desde que foi eleito pelo conclave há quase três anos.
A recente lição dada ao mundo pelo Papa Francisco e pelo Patriarca de Moscovo, Kirill, ao assinarem uma declaração conjunta depois de uma reunião inesperada que teve por palco a ilha de Cuba, é simplesmente memorável.
Este encontro e esta declaração põem termo a um conflito milenar, já que a cisão entre o Papa da Igreja Católica Apostólica Romana e o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, aconteceu com o grande cisma de 1054, entre as Igrejas do Ocidente e do Oriente.
É claro que, se não tivessem sido os acontecimentos religiosos mais recentes ocorridos no mundo, especialmente pela forma como franjas de outra religião global – a islâmica – têm actuado contra a Humanidade, e estes passos verdadeiramente revolucionários em termos da religião, não teriam ocorrido.
Mas por isso mesmo, este encontro e esta declaração, depois de outros feitos com outras correntes religiosas, como a judaica, por exemplo, são bons sinais para o mundo dos próximo anos, criando novas esperanças aos povos.
Se outros Papas Católicos fizeram declarações no mesmo sentido da conciliação universal, pelas respectivas práticas não davam tanta substância às mesmas. Só que Francisco acrescenta coerência e empenho às suas palavras, obrigando a novas práticas pelos seus seguidores, mas também criando admiração em muitos que são menos sensíveis à doutrina da Igreja.
Fazer as pazes depois de um conflito milenar é um bom exemplo para aqueles que não conseguem esquecer questiúnculas de alguns anos. Francisco e Kirill merecem bem este destaque de Zé Povinho em tempos difíceis que se vivem em todo o mundo.

384149Caldas da Rainha e a região Oeste não podem estar satisfeitos com o desempenho do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Dr. Pedro Marques. A decisão de só modernizar metade da linha do Oeste, ficando uma “ilha” de 80 quilómetros entre Caldas da Rainha e o Louriçal por electrificar, é uma demonstração de vistas curtas, mais do que de falta de dinheiro.
O ministro anunciou um bolo de 2,7 mil milhões de euros para renovar grande parte da rede ferroviária nacional. Resolveu afectar uma boa parte a linhas de duvidosa rentabilidade, como é o caso de uma nova infra-estruturas entre Aveiro e Mangualde (que certamente não passará do papel) e andou a jardinar electrificações e modernizações pelo país, desde o Minho ao Algarve.
Mas, mais uma vez, a linha do Oeste e a linha do Douro foram as que mais ficaram a perder. Se tudo se concretizar até 2020, como prometeu o ministro, estas linhas serão as duas últimas do país que nessa altura ainda terão troços com comboios a diesel e sistemas de exploração que datam do século XIX.
Tudo isto é mais grave quando se sabe que a linha do Oeste é das que atravessam uma das zonas com mais população do país e onde o poder de compra é acima da média. Para não falar que constitui um destino turístico crescente.
A linha já existe, construída há mais de cem anos. Só faltava modernizá-la e recolocá-la na geografia ferroviária nacional.
Mas o Dr. Pedro Marques resolveu ficar-se por metade. É certo que o dinheiro não chega para tudo. Mas tão grave quanto a falta de dinheiro é a falta de visão.

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