Nascido nas Caldas da Rainha em 1956, José Pires, começou cedo a dedicar-se às artes, nomeadamente ao desenho, à pintura e à cerâmica. Ao fim de vários anos de um percurso que o próprio diz ter sido marcado por “altos e baixos”, foi com “um grande orgulho” que o artista viu inaugurar em pleno Dia da Cidade a sua exposição de trabalhos em acrílico e aguarela “Sementes de Primavera”, patente no CCC.
Até 10 de Junho, são 24 os quadros que podem ser vistos no foyer e no restaurante do espaço cultural. Pinturas onde se destacam “tímidos movimentos” do pincel, “em traços cubistas e expressionistas”, como “linhas que dançam entre si”. A definição é feita pelo próprio pintor, que dá sempre lugar de destaque à figura feminina, seja em que papel for, como “mulher, mãe, amante, camponesa ou romântica”. É o caso das obras “Mulheres na Praça da Fruta”, “Bela Camponesa” e “Mulheres da Nazaré”.
Dos quadros expostos no CCC, todos eles pintados nos últimos meses e alguns dos quais propositadamente para a ocasião, salienta ainda “a poética de um princípio de Primavera”, bem como o uso de “formas literárias e expressões filosóficas, um musical silencioso e poético”.
Na inauguração da exposição, o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, salientou a presença de muitas pessoas que “têm contribuído para minorar os problemas da vida de José Pires”. Um facto também reconhecido pela mãe do pintor, que emocionada interrompeu o discurso para agradecer ao autarca “tudo o que tem feito” pelo filho.O autarca defendeu ainda que “os maiores artistas ou grandes pintores nunca morrem” e que será assim com este caldense.
Para a directora do Museu da Cerâmica e do Museu de José Malhoa, Matilde Couto, não há “nenhum dia melhor para homenagear os artistas da cidade” que o 15 de Maio, escolhido para a inauguração da exposição. A responsável pelos espaços museológicos recordou que a Rainha D. Leonor, fundadora cidade, foi “uma protectora dos artistas” e mostrou-se satisfeita por ver os artistas dos dias de hoje integrados nas comemorações.
Matilde Couto realçou não só a cor dos trabalhos de José Pires, mas também a homenagem que este faz à mulher nos seus quadros, caracterizados por “uma forma de pintar que, numa certa geometria, pretende captar a vida”.
Momentos depois da inauguração da exposição “Sementes da Primavera”, José Pires viu o seu percurso artístico – nas áreas da pintura e da cerâmica – novamente reconhecido. A autarquia caldense atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal Cultural.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt