
Comemora-se no próximo dia 18 de Março os 500 anos da Assinatura do Livro do Compromisso (ver caixa) do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo (actual hospital termal), pela Rainha D. Leonor.
O Museu do Hospital e das Caldas está a promover um conjunto de iniciativas que pretendem explorar este documento de grande significado e importância para a história daquele hospital e da cidade.
O primeiro momento decorrerá a 16 de Março, com a finissage do projecto Matriz Caldas, uma exposição de arte contemporânea cujas obras serão agora leiloadas (ver caixa).
Este projecto, iniciado em 2011 por ocasião das comemorações dos 500 anos da Villa de Caldas da Rainha, estende-se também às comemorações dos 500 anos do Livro do Compromisso.
O projecto Matriz Caldas – com origem na ESAD.CR e com a chancela da Palavrão – assume-se como evento integrado de arte contemporânea e animação museológica que procura reflectir o interesse pela cidade, pela região e pelo Museu do Hospital e das Caldas em particular, por parte de artistas de várias gerações com laços recentes ou mais antigos, biográficos ou profissionais, à cidade.
N.N.
Programa Cinco Dias, Cinco Séculos
Dia 16 de Março
18h30 – Apresentação das obras e intervenções de Patrícia Almeida, Susana Anágua, Isabel Baraona, Luís Campos, Rui Chafes, Pedro Telmo Chaparra, Helder Gorjão, Orphanus Lauro, Miguel Lopes, Albuquerque Mendes, Simeon Nelson, Hugo Paquete, Jorge Reis, João Ribeiro,Marta Soares e Raquel Terenas, que se juntam às de Ivo Andrade, Eunice Artur, Bruno Bogarim, David Casta, Biana Costa, João R. Ferreira, Teresa Forbes, Nuno Fragata, Orlando Franco, Bruno Jamaica, Jorge Maciel, Anabela Santos e Luís Simões.
20h30 – Jantar / Leilão das peças presentes na exposição
(Inscrições no Museu do Hospital e das Caldas – 18 euros por pessoa e 10 euros para artistas e acompanhantes.
Dia 17 de Março
17h00 – Exibição do Filme “A Casa das Duas Portas” de João Abel, seguido de debate
Dia 18 de Março
10h00 – Missa solene por ocasião dos 500 anos do Livro do Compromisso
O Livro do Compromisso
O Livro do Compromisso do hospital, documento amplamente divulgado e conhecido no âmbito da historiografia nacional no que se refere à assistência da época moderna, apresenta-se como um conjunto de princípios regulamentares e definidores de um modelo organizacional impar na História das Ciências da Saúde Portuguesa. Este documento o, datado de 1512 e assinado pela própria D. Leonor, reflecte as intenções e os desejos que D. Leonor tinha no que c concerne à gestão do hospital; serviu de documento modelo o ao quotidiano da instituição, tendo sido lido e referido em m momentos vários durante o período de funcionamento do hospital. Este manter-se-ia em vigor até ao reinado de D. José I, momento no qual foi reformulado, por acção directa do Marques de Pombal.
Como se disse, este documento, provavelmente inspirado nos modelos dos Compromissos Hospitalares italianos, reúne um conjunto de norma as que visavam garantir o bom funcionamento da instituição. As dezasseis folhas do Compromisso encontram-se divisadas em vinte e nove capítulos, ao longo dos quais são referidos aspectos da vida a administrativa, religiosa e quotidiana do hospital, demonstrando a relevância dada às questões de organização e gestão hospitalar.
Ao contrário dos hospitais da Idade Média que se apresentavam simultaneamente como locais de abrigo para peregrinos e pobres doentes, onde o simples agasalho de uns e a cura de outros eram levados a cabo sem que houvesse qualquer separação/especialização de locais ou funções, o Hospital Terma al de Nossa Senhora do Pópulo procurou desde e cedo fazer essa destrinça. Para isso, logo de início existiu um edifício para o agasalho daqueles que simplesmente pernoitariam (o Hospital dos Peregrinos) e um outro para o acolhimento daqueles que, por razões terapêuticas várias, se dirigiam à instituição no sentido de encontrar a cura para os seus corpos e para as suas almas. Um outro ponto relevante que projecta o Hospital de Nossa Senhora d do Pópulo para a vanguarda da assistência é o facto de já no Livro do Compromisso se referir a necessidade de haver funcionários especializado os no decorrer das funções hospitalares, como, por exemplo, a comparência de um médico durante o processo de cura dos e enfermos (note-se que durante a medievalidade nenhum hospital possuía médico o privado).
Museu do Hospital e das Caldas






























