Artista plástica formou-se na ESAD, foi viver para terras de Sua Majestade e a pandemia fê-la regressar à cidade termal onde expõe e tem o seu ateliê
Rita de Sá veio estudar Artes Plásticas para as Caldas da Rainha, tendo estreado o novo edifício da ESAD em 1998. Foi também da fornada de finalistas que fez a primeira exposição coletiva de Artes Plásticas nos Silos e agora é no mesmo edifício que tem o seu ateliê de trabalho, depois de decidir voltar à cidade termal.
A artista plástica, que tem patente até 24 de março, uma série de pequenos trabalhos em exposição no Local.Café, no centro das Caldas, prosseguiu estudos e formou-se em Ensino em Artes Visuais.
O mestrado nesta área já foi terminado em Londres, onde foi professora privada de Artes Plásticas, dado que, por terras britânicas, é muito comum as famílias optarem por Homeschooling (Ensino Doméstico). Em Portugal já tinha estado ligada a entidades como o Museu Berardo e lecionado na António Arroio.
Dedicou-se, também, à fotografia e acabou por lançar o próprio estúdio, dedicado a esta área, na capital londrina. “Especializei-me a fotografar artistas que querem promover o seu trabalho na internet e redes sociais”, contou a autora, que também capta imagens relacionadas com lifestyle e famílias.
Com a pandemia, Rita de Sá resolveu voltar a Portugal e às Caldas onde já tinha casa, desde os tempos de estudante.
Recentemente, expôs individualmente na Galeria Cisterna em Lisboa e “foi uma agradável surpresa!”, contou a autora das grandes telas que foram apreciadas por público e divulgadas pelos meios de comunicação social nacionais.
Ideias e projetos não faltam a esta autora que, enquanto estudante, durante o Caldas Late Night chamou a atenção para o Café Central e para o papel da dança e dos grupos de bailado nas Caldas, tendo contatado o professor José Correia, que lecionou ballet na Casa da Cultura.
No seu trabalho, Rita de Sá explora as marcas da memória, seja no desenho, seja na pintura. E diz que é algo que começou ainda durante a licenciatura. A artista começou por desenhar em grande escala, a preto e branco, pintando a tinta da china. “Há no meu trabalho algo automático, orgânico e cru e há sempre uma mancha e um gesto que se repete”, explicou a autora, que vai abrir as portas do seu ateliê no edifício da Ceres no próximo domingo, dia 6 de março, convidando todos a espreitar “o lado oficina de um espaço de arte”. Rita de Sá atualmente divide-se entre as Caldas e Londres, entre as artes plásticas e a fotografia.
Ricardo Lopes, responsável do Local.Café onde pode ser apreciada a série “Runs” de pequenas obras de Rita de Sá, espera apostar na programação cultural com exposições, curtas metragens e até com pequenos concertos.