Abriu a 3 de outubro, na Art4Family a coletiva dedicada a D. Leonor e que deu origem também a uma publicação
A galeria Art4Family organizou uma Open Call que convidou artistas a retratar a Rainha D. Leonor. A mostra que abriu portas a 3 de outubro contou com a participação de 30 artistas que retrataram a rainha das mais variadas formas.
“A rainha foi uma senhora fantástica desde a fundação dos hospitais das Caldas e de Lisboa (Todos os Santos) até à fundação das misericórdias, feita durante a sua regência”, disse João Paulo Cunha, o médico responsável pela galeria que fez uma pesquisa aturada sobre a vida e obra de D. Leonor que é assim bem relembrada nesta iniciativa. A sua religiosidade, o facto de ter sido mecenas e de ter encomendado vários autos a Gil Vicente, está tudo representado numa área desta galeria caldense. Presentes estão também várias banheiras coloridas que lembram o hospital termal, bem como a própria genealogia de D. Leonor.
“Estou em querer que ela fundou as Caldas para dar força ao seu marido. Ela fez muito pelos seus e pelo seu país”, disse o médico-galerista que é também o responsável pela nova associação Aspas e que reúne as obras que estão presentes nesta mostra. Com o catálogo “pretendemos divulgar os artistas que participaram na Open Call” referiu. No sábado 4 de outubro houve novo momento de lançamento da publicação e um almoço de celebração.
Cristina Mateus é uma das artistas que está a participar na coletiva. Voltou a pintar a Rainha D. Leonor em aguarela, algo que já tinha feito anteriormente quando retratou a estátua da entrada sul da cidade. “Gosto de participar em coletivas pois dá ao visitante a possibilidade de ver várias propostas artísticas”. Por seu lado, o jovem autora ucraniano, Andrii Taraban que se dedica à pintura abstrata, retratou a rainha de costas. O autor de 21 anos vive há três anos nas Caldas, da sua pintura. Andrii Taraban considera que este tipo de iniciativas devia acontecer mais vezes pois as Open Calls “dão oportunidade a todos os autores de poder participar”.
Por seu lado, Margarida Andrade trouxe para esta mostra a Mata que foi mandada plantar pela Rainha, “proporcionando assim um ambiente fresco a quem vinha fazer termas”, contou a autora. Margarida Andrade dedica-se à pintura desde 2002 e participou nesta mostra com obra feita a pastel seco. A artista é de Lisboa, vinha passar os fins de semana no Oeste e após a pandemia, mudou-se definitivamente para cá.
Já Sofia Brito, autora que vive em Peniche, gostou de criar uma nova rainha. Designou o seu trabalho “Leonor, missionária e visionária” e a sua proposta está cheia de simbologia pois representou elementos como a serpente (que significa a saúde e a sabedoria) e o falcão, associando-o à visão e à mestria.
“Ela deixou um legado que se prolonga até hoje”, contou a autora que “vestiu” a rainha com um fato que lembra a azulejaria. Na sua opinião, este tipo de iniciativas como a Open Call são “ótimas para dar oportunidade a artistas que não são tão conhecidos”. A autora que vive em Ferrel também se dedica ao artesanato.
O artista caldense Pedro Ventura participou com uma obra mais abstrata onde está representada D. Leonor. Na sua peça de parede consegue-se identificar a coroa e uma parte do rosto . A proposta ainda inclui o vapor da água termal. No verso, a obra guarda as datas de nascimento e morte de D. Leonor. A mostra está patente na Galeria Art4Family (situada na R. Raul Proença º 71) até ao próximo dia 17 de novembro.
































