West é o álbum de estreia dos Cave Story

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Notícias das Caldas
Pedro Zina, Gonçalo Formiga e Ricardo Mendes formam os Cave Story desde 2013 | D.R.
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Novo Álbum – West

 

 

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Espanha, França, Áustria, Itália e Suiça. Foi por estas paragens que no mês passado andaram os Cave Story, numa tour europeia de apresentação do novo álbum “West”. De regresso a casa, o trio caldense actuou no CCC, dia 13 de Abril, dando o arranque do “Saídos da Caxa”, programa do centro cultural que pretende pôr em palco projectos emergentes de diversos domínios artísticos ao longo ano. O pontapé de partida dado por Pedro Zina, Gonçalo Formiga e Ricardo Mendes não poderia ter sido mais certeiro.

A energia que vem do palco faz com que, mesmo sentados, os espectadores não consigam permanecer quietos. Uns abanam a cabeça, outros batem o pé. Há até quem faça as duas coisas e ainda lance assobios de incentivo. As reacções são quase automáticas e uma resposta à música vibrante dos Cave Story.
Na plateia há muitas caras jovens, amigos da banda e familiares. Afinal os três jovens estão a actuar em casa. De poucas palavras e estilo descontraído, conquistam o público não só com os novos temas do álbum “West” como com faixas do EP “Spider Tracks”, lançado em 2014. Para isso também contribuem os convidados José Sousa (que os acompanhou na última tour e acrescenta com um sampler diferentes sonoridades – “texturas” – ao concerto), João Filipe Costa (que chegou a integrar a banda nos primórdios) e Manuel Simões (a enciclopédia do grupo no que diz respeito à cultura musical, inclusive àquela que existia nas Caldas nos anos 90).

“West” é o primeiro álbum dos Cave Story. O passo que faltava dar.
Editado pela Lovers&Lollypops em Outubro do ano passado, o álbum já percorreu Portugal de norte a sul e conheceu palcos internacionais, na digressão europeia que a banda realizou em Março. Espanha, França, Áustria, Itália e Suiça foram os países que estiveram na agenda dos caldenses.
“Foi uma experiência de outro mundo. É impressionante como estamos longe da nossa terra, mas as pessoas nos fazem sentir em casa”, conta-nos Ricardo Mendes, realçando que a tour lhes permitiu conhecerem lugares e plateias muito diferentes, mas sobretudo pessoas que se mostraram verdadeiramente interessadas pelo seu trabalho. Em Sevilha, por exemplo, a meio da semana, actuaram para mais de 50 pessoas, algumas já os conheciam. Já em Ainay-le-Chateau – uma pequena vila francesa – foram surpreendidos por um público mais velho, na casa dos 40 a 50 anos, mas que se revelou muito curioso e até lhes pediu para repetirem músicas.
Depois há experiências um tanto estranhas, como o espectáculo que deram em Bordéus numa cave de um bar chileno que cheirava intensamente a cerveja, e outras que nem sempre correspondem às expectativas. Áustria foi exemplo disso, pois iriam tocar numa sala bastante prestigiada – um concerto partilhado com mais bandas – mas ao qual assistiram menos de 10 pessoas.
“É engraçado que nunca tivemos dois dias iguais”, revela o baterista, acrescentando que também travaram amizade com os promotores dos concertos, deixando-lhes algum material do seu trabalho para facilitar futuros contactos. Além disso, dirigiram-se a várias lojas de música com o objectivo de trocarem vinis e conseguirem que o álbum ficasse fisicamente disponível a mais gente.

TROCADILHO COM O OESTE

É num estúdio no Bairro da Nº Sra. da Luz que Ricardo Mendes, Gonçalo Formiga e Pedro Zina ensaiam, gravam e produzem as suas músicas. Foi assim com as seis faixas de “Spider Tracks” e voltou a acontecer com dez de “West”. Só dois temas foram gravados noutro local: “Body of Work” nos estúdios Valentim de Carvalho e “Like a Predicted” nos estúdios Sá da Bandeira.
Do EP para o álbum passaram-se dois anos. Os Cave Story mantiveram a linguagem punk, mas em “West” nota-se que o fio condutor que liga os temas é mais conciso. Este é também um trabalho mais pessoal. Exemplo disso é a primeira música do CD (“Body of Work”) que reflecte o percurso dos três elementos da banda: todos têm formação superior mas resolveram dedicar-se à música. “Passamos a mensagem que isto que fazemos é um trabalho que exige 100% da nossa concentração, temos rotinas, estamos em estúdio das 9h às 20h e não a brincar”, conta Ricardo Mendes.
“West” faz também referência ao “Oeste”, a região onde os três músicos nasceram, vivem e escolheram para trabalhar como profissionais da música. “Quisemos mostrar que não importa o facto de morarmos numa cidade pequena, isso não é limite para criarmos ou exportarmos o nosso trabalho”, acrescenta o baterista, realçando que aquilo que determina o sucesso de um colectivo é a vontade das pessoas e não a sua localização. Em “Microcosmos”, por exemplo, os Cave Story brincam com o facto do tempo no Oeste ser imprevisível: “às vezes vimos de concertos em cidades com imenso calor, mas assim que passamos a fronteira do Oeste o tempo muda e sabemos que estamos a chegar a casa”, diz Ricardo Mendes.
Os Cave Story foram o primeiro de sete espectáculos do programa “Saídos da Caixa”, promovido pelo CCC. Este projecto pretende conquistar novos públicos com jovens artistas emergentes que se destacam nos domínios da música, arte, literatura e teatro. Segue-se o grupo Indignu no dia 25 de Maio. B.R.

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