João Gante, Luís Manuel Soares e Cristiana Lage compõem o novo Conselho de Administração da Caixa Agrícola | Carlos Cipriano
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A Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche obteve em 2017 resultados líquidos de 2,3 milhões de euros, mais 1,5 milhões do que no ano anterior. O banco aumentou também o crédito concedido e os depósitos obtidos (apesar das taxas de juros baixas), tendo a maioria dos seus indicadores tido um desempenho que está acima da média do grupo Caixa Agrícola.
Este último tem-se revelado a nível nacional como um banco muito estável e merecedor de confiança. A nível local, a nova administração da Caixa Agrícola admite que o encerramento de agências de outros bancos e a desconfiança das pessoas em relação ao sistema bancário tenham levado a uma maior procura pela Caixa Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche.
Com os lucros a subirem de 860 mil euros em 2016 para 2,3 milhões de euros em 2017, a Caixa Agrícola que está instalada nos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche registou também um aumento da sua carteira de créditos (empréstimos concedidos) que passou de 137 milhões de euros há dois anos para 148,4 milhões no ano passado.
Do lado dos recursos obtidos (depósitos, fundos de investimento e seguros de capitalização), entrou na Caixa Agrícola em 2017 um montante de 315 milhões de euros, mais oito milhões do que em 2016.
Entre os recursos, destaque para a rubrica de depósitos que subiu de 244 para 254 milhões de euros naquele período. “Isto revela a confiança que os clientes têm na Caixa Agrícola”, diz Luís Manuel Soares, presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche. Num momento em que as pessoas manifestam algumas dúvidas acerca da solidez do sistema financeiro (tendo em conta as notícias sobre bancos que precisam de ser ajudados), este banco regional destaca-se, não só devido à proximidade da sua gestão, mas também por estar integrado no grupo Caixa Agrícola que é conhecido pela sua solidez.
Luís Manuel Soares admite que nos três concelhos onde opera, a Caixa tem beneficiado da insatisfação dos clientes face a outros bancos, sobretudo devido ao encerramento de agências a nível local.
Enquanto outros fecham, a Caixa Agrícola mantém-se com uma rede de 13 agências nos três concelhos com forte implementação nos meios rurais.
No entanto, há já muito que o banco vocacionado inicialmente para financiar a agricultura deixou de ter este sector como principal cliente. A Caixa Agrícola concede empréstimos às indústrias e aos serviços e, naturalmente, também ao consumo. Mas mesmo assim, o sector primário (agricultura e pescas) representa 40% do seu volume de negócios.
O administrador diz que a agricultura, como sempre viveu em crise, adaptou-se melhor ao período de recessão que o país viveu nos últimos anos, ao contrário dos sectores que só conheciam o ciclo de expansão e que tinham menor resiliência. Isso faz com que a agricultura seja hoje o sector em que existe menor risco, razão pela qual os grandes bancos ultimamente fazem questão em publicitar o seu financiamento a esta actividade.
O banco que tem sede nas Caldas (ao lado do Montepio) tem financiado projectos industriais e de serviços, alguns bastante conhecidos na região, mas os seus administradores não quiseram revelar quais.
Na agricultura predominam os empréstimos para investimentos em pomares e vinhas, bem como a concessão de crédito a projectos relacionados com a pesca na zona de Peniche.
A propósito de crédito, os valores de 2017 também são bons: o crédito malparado desceu meio milhão de euros face ao ano anterior. “Somos um banco de serviço universal”, diz Luís Manuel Soares. Que acrescenta: “e também social”. É que, por exemplo, enquanto outros bancos vão fechando multibancos, a Caixa Agrícola faz questão de estar onde os outros não estão, mesmo que em lugares com baixa densidade populacional (e com pouco volume de movimentos).
NOVA ADMINISTRAÇÃO
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Depois de intervencionada durante três anos (de 2014 a 2017) pela Caixa Central, que nomeou uma administração provisória para as Caldas da Rainha, a Caixa Agrícola local recuperou a sua autonomia desde o princípio do ano com a tomada de posse de uma nova administração eleita pelos associados em Assembleia Geral. Luís Manuel Soares, João Gante e Cristiana Lage são os novos rostos deste banco, sendo que João Gante já era administrador na equipa anterior, mas nomeado por Lisboa.
O presidente diz que “estamos numa fase de reorganização e de reposicionamento da gestão estratégica do negócio”, mas explica que o plano de actividades e orçamento em vigor foi aprovado em Dezembro ainda pela anterior administração e que isso, obviamente, condiciona a actual gestão.
Apesar dos bons resultados agora divulgados (o relatório e contas de 2017 está online na página da Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche), a administração tem consciência dos pontos fracos da instituição e da sua envolvente: as taxas de juros são residuais, a rentabilidade dos capitais é baixa e a estrutura de custos do banco é bastante rígida.
Por outro lado, a Caixa Agrícola lida com uma população tendencialmente envelhecida e tem por objectivo apostar nas gerações mais novas apresentando produtos mais apelativos e concorrenciais.
Com 70 trabalhadores espalhados por 13 agências em três concelhos, a Caixa das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche conta com 5877 associados.
Lucros ou prejuízos em 2016?
Embora acima se tenha escrito que a Caixa Agrícola teve 860 mil euros de lucros em 2016, na realidade os seus resultados líquidos nesse ano foram de 2,1 milhões de euros negativos. Um prejuízo que se explica pela aplicação de novos critérios contabilísticos tal como consta no relatório e contas de 2017 Caixa Agrícola explica o que aconteceu: “O valor do Resultado Líquido reexpresso em 2016 resulta do facto da Caixa Agrícola ter um volume de provisões para crédito superiores aos valores do cálculo das imparidades sobre esses mesmos créditos. Atenta ao princípio da prudência, a Administração da Caixa Agrícola, em articulação com a Caixa Central, decidiu incrementar o grau de exigência da análise às imparidades, tendo igualado o valor das imparidades ao valor existente em Provisões. Uma vez que o exercício de 2016 foi reexpresso, como se já estivesse em vigor o regime das imparidades, esse aumento é classificado como um custo, explicando a razão pela qual passamos de um lucro de 861.537 euros, para um prejuízo de 2.139.012 euros”. C.C.
Caixa de Crédito Agrícola das Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche | D.R.
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