Nas Caldas da Rainha a Caixa Geral de Depósitos possui 160 milhões de euros em créditos e 245 milhões de euros em depósitos. O objectivo é que o volume de créditos suba cerca de 85 milhões de euros para atingir um número semelhante ao dos depósitos, revelou Paulo Macedo, administrador daquele banco, durante a iniciativa Encontro Fora da Caixa, que se realizou a 28 de Maio no CCC e que contou com centenas de empresários da região.
“A Caixa tem cerca de 160 milhões de euros em créditos nas Caldas e 245 milhões de euros de depósitos e quer ter, pelo menos, o volume de crédito igual ao volume de depósitos”, revelou Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD à margem de mais um Encontro Fora da Caixa, que se realizou nas Caldas, no CCC, na tarde de 28 de Maio.
Durante a sua apresentação, Paulo Macedo referiu que “nunca tivemos o custo do dinheiro tão baixo”. No final, aos jornalistas, traçou um retrato da instituição, esclarecendo que esta, desde a recapitalização em 2017, aumentou significativamente os seus capitais próprios.
A Caixa está a viver um momento de transformação para tentar dar resposta aos diferentes tipos de clientes. “Sabemos que 40% dos nossos clientes não quer ir a nenhuma agência, quer é ter a melhor App do mercado e um contacto mais rápido, com uma resposta célere e de acordo com o local que ele queira, mas também sabemos que existem pessoas que preferem ir à agência e a Caixa tem de dar resposta a ambas”, afirmou.
Actualmente este banco tem mais de 3,8 milhões de clientes, dos quais cerca de 1,5 milhões utiliza os canais digitais.
Paulo Macedo admitiu que a Caixa ainda não tem os tempos de espera ideais, mas ressalvou que “há casos de pessoas que fazem fila e que podiam tratar os assuntos por meios digitais ou com um cartão”.
O administrador realçou que a Caixa “tem encerrado alguns dos seus balcões, mas a rede de empresas está totalmente intacta”.
Na abertura do encontro, Francisco Cary, administrador executivo da Caixa, havia revelado que o crédito à habitação tinha crescido 27% no último ano, para um total de 1,6 mil milhões de euros. “Nos primeiros meses deste ano atingimos um crescimento superior a 50%”, contou.
A Caixa tem este ano 3,6 mil milhões de euros para financiamento das empresas e da actividade produtiva, tanto na vertente doméstica como na internacional.
A relação cultura-economia
O encontro tinha como tema Economia e Cultura, pelo que antes, o economista Augusto Mateus apresentou o Plano Estratégico das Caldas da Rainha feito em 2017.
No seu estudo prospectivo, salienta a necessidade de atrair pessoas. “Caldas continua a captar população, mas a um ritmo menor”, destacou, acrescentando que “o crescimento natural já se tornou negativo, pelo que se não conseguir atrair pessoas vai regredir, como o resto do país”.
Augusto Mateus identificou “um desequilíbrio profundo entre a oferta e a procura de emprego” e afirmou que o concelho “já está em dinâmica regressiva em termos de emprego”.
“Se fossemos um país que gostasse de fazer as coisas no tempo em que deviam ser feitas e tivéssemos a Linha do Oeste a funcionar, as Caldas podia perfeitamente receber 4000 ou 5000 pessoas por dia”, fez notar.
Durante a tarde foram ainda convidados a partilhar experiências três empresários da região: João Rodrigues, do Grupo Gespro, Paulo Pires, do Grupo Vista Alegre, e Luís Vieira, da Parras Wines.
Entre os dois painéis foi apresentado o vídeo produzido pelo Conselho da Cidade com a pintura digital em time-lapse do quadro O Fado, de José Malhoa e foi feita a representação da mesma tela pelos actores José Ramalho, Inês Fouto e Tiago da Neta.