Com um investimento na ordem dos 85 milhões de euros (um dos mais elevados alguma vez realizado pela Toyota numa actualização de um modelo), com 576 mil horas gastas em pesquisa e mais de 1000 novas peças, a nova geração do Yaris destaca-se por ser o primeiro Toyota desenhado na Europa.
A democratização do modelo híbrido é um dos trunfos desta marca para a nova geração agora lançada. O preço já se assemelha ao de um motor convencional, mas também o aspecto exterior é agora igual para as quatro motorizações disponíveis.
O híbrido, que já é responsável por um terço das vendas da terceira geração Yaris lançada em 2011, consegue o melhor consumo dos quatro. Equipado com um motor com 1497c.c. faz consumos na ordem dos 3,3 litros aos 100 quilómetros e atinge os 165 Km/h. A maior vantagem desta motorização é que, em áreas urbanas, o sistema híbrido permite que o carro se mova quase exclusivamente no modo eléctrico.
O motor 1.0 a gasolina foi sujeito a um trabalho mais minucioso. O novo motor consegue alcançar um nível de eficiência térmica – a parte de energia contida no combustível que é convertida em energia mecânica – de 37%. Equipado com uma caixa de cinco velocidades, consome 4,3 litros aos 100 quilómetros e pode chegar a uma velocidade máxima de 155 km/h.
Já o 1.33 a gasolina e o 1.4 diesel permitem que o carro atinja os 175 Km/h. Estes dois motores estão equipados com caixas de seis velocidades. Os consumos são, respectivamente, de 4,8 e 3,8 litros aos cem.
A Toyota em Portugal
A Toyota é representada, em Portugal, pelo grupo Salvador Caetano. Uma holding (sociedade que controla a maior parte das acções de um grupo de empresas) que atingiu em 2010 um volume de facturação na ordem dos 2,2 mil milhões de euros. A marca vendeu nesse ano 76 mil veículos.
Contudo, em 2012 volume de negócios não superou os 1,6 mil milhões de euros e a venda de veículos rondou os 49 mil. A Salvador Caetano não quis divulgar os valores referentes ao ano passado.
No Oeste desde 1989, a Caetano Auto encontra-se há quatro anos nas suas novas instalações, na zona industrial das Caldas, onde emprega 35 dos cerca de 5.000 colaboradores que fazem parte do grupo. Nesta região venderam-se 186 carros no último ano.
As vendas, desde 2010, começaram a descer e, em 2012, “atingiram os piores registos de há 20 anos para cá” disse Gonçalo Tavares, chefe de vendas da Caetano Auto nas Caldas. No ano passado sentiu-se que houve uma recuperação “mas muito lenta e, apesar de 2014 não ser um ano excepcional, até agora sentimos que continua a tendência em melhorar” prosseguiu.
Com a crise, os portugueses passaram a comprar outro tipo de viaturas. Como o factor preço passou a pesar mais na hora da compra, hoje em dia “vendem-se automóveis mais baratos e com menos equipamento” disse o mesmo responsável à Gazeta das Caldas.
Maria Antonieta Fonseca, gestora de marketing da Caetano Auto, que há 15 anos está ligada ao grupo, referiu que se sentia “realizada profissionalmente a trabalhar num grupo fundado por um grande empresário português [Salvador Caetano] e numa marca que valoriza e destaca princípios como a melhoria contínua ou o trabalho em equipa”.
Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt
Apresentação do novo Yaris na fábrica da Renova
A apresentação do Yaris decorreu no passado dia 18 de Setembro na fábrica da Renova em Torres Novas. A justificação é simples: a Salvador Caetano entendeu que esta empresa portuguesa de sucesso era um exemplo e um bom palco para apresentar este modelo que também consideram de sucesso.
Hoje em dia, visitar a Renova é viver dois momentos da história – o antes e o agora. É visitar uma fábrica do século passado e uma deste século.
Na fábrica 1 podemos observar a nascente do rio Almonda, que abastece a fábrica de água desde o seu início. Na fábrica 2 respira-se modernidade, máquinas grandes e eficazes. Algumas dessas máquinas já dispensam totalmente a mão de obra humana.
A Renova foi fundada em 1939 e no início centrava a sua produção em embalagens e em papel de escrita e impressão. Mas durante a década de 60 o papel para uso doméstico e sanitário passa a ser o produto mais fabricado pela marca portuguesa.
Nas décadas seguintes a marca continua a expandir-se e cria a segunda fábrica.
No ano passado a Renova, que conta com 620 trabalhadores, produziu 100 mil toneladas de papel atingindo um volume de facturação de 130 milhões de euros. A empresa exporta metade da sua produção, tendo em 2013 conseguido entrar no difícil mercado americano.
A invenção do rolo de papel higiénico preto, patenteada pela marca portuguesa no ano de 2005, levou o nome da Renova a outra dimensão. Na altura, por ocasião de uma apresentação em Paris, a novidade saiu num blog que destacava produtos dessa mesma exposição e o nome da Renova saltou para as bocas do mundo.
A ideia de criar um rolo papel de higiénico preto surgiu em 2005, quando o presidente da marca estava num espectáculo do Cirque do Soleil.
Os rolos coloridos da Renova (além do preto também há papel higiénico vermelho, amarelo, verde, azul, cor-de-rosa) são, hoje em dia, tão famosos que a cantora Beyoncé não os dispensa e, numa lista de exigências antes de um concerto, a canadiana exige os rolos vermelhos da marca portuguesa.
A fábrica pertence ao grupo Almonda, um grupo cem por cento privado e cem por cento português.
Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt