Empresa caldense recruta luso-descendentes da Venezuela

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Gazeta das Caldas
A empresa possui várias estufas e tem necessidade de muita mão de obra

A Frutas Classe – empresa com sede na Serra do Bouro que se dedica à produção e comercialização de morangos – pretende acolher mais de uma centena de portugueses que fugiram da situação tumultuosa que se vive na Venezuela.
Neste momento já há 10 mil portugueses e luso-descendentes que saíram daquele país da América Latina e que, actualmente, se encontram na ilha da Madeira.
A empresa caldense pretende recrutar cerca de 150 trabalhadores (acompanhados das suas famílias) dada a sua grande necessidade de mão de obra na produção de morangos.
Pedro Bento, responsável pelos Recursos Humanos da Frutas Classe, disse à Gazeta das Caldas que está a acompanhar a vinda dos luso-descendentes, num processo que envolve o Governo Regional da Madeira, o Centro de Emprego, Segurança Social e a Associação Venecom que representa a comunidade de imigrantes venezuelanos na Madeira.
“Neste momento já chegou o primeiro grupo de cinco pessoas”, contou Pedro Bento, explicando que se trata de um casal, uma senhora com um filho e um senhor sozinho. Os novos funcionários já estão acomodados e “estamos a proceder ao aluguer de casas na cidade e no concelho para os que ainda vêm aos poucos”.

Os contratos com as pessoas que vêm da Venezuela são a termo incerto e os trabalhadores são integrados nas equipas da apanha do morango. “Oferecemos, em termos de trabalho, o salário mínimo acompanhado por prémios de produtividade”, disse Pedro Bento, explicando que a empresa tem uma necessidade crescente de mão de obra que não é satisfeita na região e também quer contribuir para a melhoria das condições de vida destas pessoas, que se viram obrigadas a abandonar o país onde viviam.
“Neste momento temos 160 trabalhadores e gostaríamos de duplicar o número”, referiu Pedro Bento, explicando que sobretudo na época alta (de Abril a Novembro) a empresa facilmente tem necessidade de cerca de 400 pessoas.
Os novos funcionários, que viviam do outro lado do Atlântico e que agora vão passar a viver nas Caldas da Rainha, contam com o apoio da empresa para os transportar para o local de trabalho. A carrinha passa na cidade às 7h20 para poderem iniciar a jornada por volta das oito. Saem da empresa em direcção à cidade por volta das 17h00.