Em dois minutos partilho convosco três temas da semana.
Bloco de Esquerda em Leiria. Esta semana o Bloco de Esquerda escolheu a nossa região para as suas jornadas parlamentares. O líder parlamentar escolheu o distrito de Leiria para falar dos trabalhadores precários do Estado, da linha do Oeste e de temas como a interioridade do distrito e o problema dos fogos florestais que atingiram em Junho e em Outubro de 2017 vários concelhos do distrito. O Bloco viu em Leiria boa parte da sua agenda actual no contexto da geringonça parlamentar e entendeu dar destaque territorial para na verdade falar das suas bandeiras nacionais. Neste blend de temas que muito nos preocupam ficam de fora propostas concretas para uma reforma do Estado ou iniciativas sobre o grave problema demográfico do país. Quando o Bloco quer falar de Interioridade no distrito de Leiria tem que ir mais longe e perceber que boa parte do país não tem os nossos nascimentos nem a nossa taxa de envelhecimento e atravessam uma situação muito mais dramática na demografia. Essa análise devia ser a base do que queremos reformar, se é que queremos reformar este país e pensar o futuro de uma forma sustentada e séria.
Vila Literária. Como anunciei na última crónica em Fevereiro iria ser relançada a Sociedade Vila Literária, Associação Cultural. As eleições para os orgãos permitiram reforçar a participação de mais obidenses, com 6 dos 9 actuais na direcção; e a criação de um Conselho Consultivo constituiu uma abordagem inovadora ao envolver muitos quadros e muitas personalidades cujo contributo para o projecto é altamente valioso. Dos que falei directamente, pessoas como a Maria João Avillez, o Carlos Gaspar, o João Serra, o Nuno Morais Sarmento, o António Costa e Silva, o Miguel Poiares Maduro, o João Silveira Botelho, ou a Marta Maia entre muitos outros quadros com ligações a Óbidos e à região, dão-nos uma fibra de pensamento essencial à construção desta nova utopia portuguesa.
Chocolate. Em Óbidos começou mais uma edição do Festival de Chocolate. Este foi um dos gigantes criados em 2002 que muito contribuiu para fazer de Óbidos um centro histórico a respirar dinâmica, mediatismo e capacidade de realização. Na altura, ao herdarmos um património muito apagado e uma vila esmorecida, este festival foi um veículo libertador para uma vila pacata e tímida, abrindo portas a muito empreendedorismo e a uma dinâmica incrível. Quando conto que lancei o festival na minha candidatura à presidência da Câmara em Dezembro de 2001 e que alguns dos adversários riram e gozaram até com a ideia, muitos não acreditam. Mas é verdade! Prometi a Sandy Lesberg, um americano que já tinha apresentado anos antes a ideia a Pereira Júnior, que se ganhasse a eleição iríamos organizar esse festival. Não só o fizemos como Óbidos e o Sandy ganharam páginas de jornais nacionais, entre as quais o Expresso, que revelou ao país o mentor desta ideia com bastante destaque. Ao promover esta dimensão queria que todos soubessem que poderiam chegar ao município de Óbidos com as suas ideias também. Cá estaríamos para as concretizar. A ideia de uma autarquia dinâmica teria que assentar na sua abertura e na sua capacidade de mobilizar projectos para vários gostos e públicos. A corrida que se seguiu no país com várias localidades a apostarem no chocolate nunca retirou côr e importância ao de Óbidos, que continua a reinventar-se. Quanto maior fôr essa capacidade maior será o seu sucesso, passado o efeito novidade.