“O Capitalismo não é solução para a humanidade”, diz dirigente do PCP

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Membro do Comité Central do PCP, Ângelo Alves diz que “vivemos numa aldeia global muito desigual”
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A situação internacional esteve em debate no passado dia 2 de Junho na sede da União de Freguesias Nª Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório. A iniciativa foi promovida pela Concelhia do PCP das Caldas que convidou Ângelo Alves (membro da Comissão Política do Comité Central do partido) a falar sobre aquele que é um dos principais eixos da defesa política comunista.


O debate surge integrado no processo de preparação do partido para o seu XX Congresso Nacional, que se realizará nos dias 2, 3 e 4 de Dezembro em Almada. Neste sentido, Ângelo Alves começou por defender que o “Congresso do PCP é o mais democrático de todos partidos, pois inclui na sua preparação debates abertos a toda comunidade e não apenas a militantes, desmistificando a idéia pré-concebida de que o Partido Comunista é fechado e não convive bem com opiniões diferentes”.
Fazendo um breve apanhado da situação internacional actual, o orador afirmou que hoje “vivemos numa aldeia global muito desigual”, especificando que se reduzíssemos a população mundial a 50 pessoas, 25 não teriam acesso às novas tecnologias, 10 viveriam sem condições básicas de sobriedade e outras 10 passariam fome. Este cenário de desigualdade é, na opinião de Ângelo Alves, consequência das “crises de sobreprodução capitalista e da internacionalização dos fenómenos sociais, económicos e culturais, com a União Europeia a ter cada vez mais influência nos cenários nacionais”.
Apresentando algumas das principais contradições do sistema Capitalista, o comunista destacou que, embora a produção tenha carácter social (“todos trabalhamos para criar valor”), acontece que o valor gerado é apropriado pelo sector privado. Por outro lado, assiste-se a uma anarquia da produção em vez da sua planificação, o que coloca em causa a escassez das reservas de matérias primas. “Tenho a certeza que uma parte significativa da humanidade já tem consciência da degradação do meio ambiente em virtude do sistema capitalista”, afirmou Ângelo Alves.
Outra das contradições está relacionada com a “aparente” liberdade defendida pelos teóricos capitalistas. “O que na realidade acontece é o desrespeito pela Democracia, o aumento da exploração laboral, a concentração do capital, a destruição do emprego e a transferência de recursos públicos para a esfera privada”, disse o convidado, dando como exemplo a União Europeia que actualmente está dominada pelas forças políticas alemãs.
Ângelo Alves sublinhou ainda que existem economias que têm vindo a afirmar-se como contraponto das principais potências imperialistas (Estados Unidos, Japão e União Europeia) como são exemplo a China, o Brasil, a Rússia e África do Sul. “Tem-se verificado uma reocupação de forças, contudo as principais potências continuam a deter o instrumento mais poderoso que é o domínio militar com a NATO”, acrescentou, revelando que 90% das bases militares mundiais pertence

m à NATO.

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