Deputados eleitos por Leiria juntam-se para debater problemas que afectam distrito

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A base de Monte Real reúne condições únicas de atractividade para as companhias aéreas low-cost (NC2009)

A tomada de posição quanto à reorganização das Entidades Regionais de Turismo (ERT’s) foi o mote para um encontro de nove dos dez deputados eleitos à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Leiria. Maria Conceição Pereira, Paulo Batista Santos, Pedro Pimpão, Fernando Marques e Paulo Ribeiro (PSD), Basílio Horta, Odete João e João Paulo Pedrosa (PS) e Manuel Isaac (CDS-PP) juntaram-se em Leiria na passada segunda-feira, dia 23 de Janeiro, numa reunião onde a única ausência foi a de Laura Esperança, do PSD.

Para os deputados, há que ter em conta que na autonomia, afirmação e valorização dos destinos turísticos as especificidades são “elementos determinantes”. E isto ganha ainda maior relevo quando se trata de marcas turísticas “territorial e culturalmente sustentadas”, como se verifica em Leira/Fátima e no Oeste.
Por isso, defendem que o modelo de reorganização das entidades de turismo “deve garantir o reconhecimento da especificidade das actuais ERT’s” que abrangem os concelhos do distrito. Como? “Eventualmente através da criação de uma nova Região de Turismo a norte de Lisboa (através da fusão dos actuais pólos de turismo de Leiria/Fátima, Oeste, Ribatejo e Templários), e num quadro de autonomização face à Área Metropolitana de Lisboa”, apontam.
No documento onde divulgam as conclusões da reunião, deputados reclamam ainda que as novas entidades que saírem deste processo de mudança “deverão assumir competências de promoção interna e externa”. Entendem ainda que “o novo regime jurídico predominantemente público para o sector deve assentar em princípios de contenção, boa gestão e fixar limites de endividamento”.

Base Aérea de Monte Real ideal para segmento low-cost

Outro ponto que esteve em discussão foi a abertura ao tráfego civil da Base Aérea de Monte Real. Os deputados dos três partidos representados na AR entendem que a localização do Aeroporto Complementar da Portela, destinado a voos low-cost permitiria trazer para o país uma das maiores companhias do segmento, a Ryanair, “Resultando em mais turistas e mais desenvolvimento económico”. Outra vantagem seria a deslocalização da EasyJet do Aeroporto da Portela, “libertando capacidade para o crescimento deste aeroporto, sem necessidade de o país realizar um investimento de 3 mil a 4 mil milhões de euros num novo aeroporto”. A este valor, salientam, acrescem ainda custos com novas acessibilidades que o país “não tem, neste momento, capacidade para suportar”.
“A base de Monte Real reúne condições únicas de atractividade para as companhias aéreas low-cost e mesmo para receber a futura base EasyJet, pelas excelentes condições técnicas, ambientais e de acessibilidade”, salientam os deputados, realçando a sustentabilidade financeira desta alternativa, que obrigaria a um “reduzido investimento público”.
Do encontro de segunda-feira sai ainda a unanimidade dos partidos com assento na Assembleia da República quanto à necessidade de manutenção do serviço de passageiros na Linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, a preocupação com o aumento do custo da energia eléctrica para as empresas, que traz “dificuldades acrescidas para o sector exportador da região” e com o impasse registado no projecto PRODER de aumento do perímetro do regadio no Vale do Lis.
Fica ainda a promessa de realizar um workshop sobre a diplomacia económica, internacionalização e financiamento das empresas da região, “com enfoque para o sector agro-industrial, com elevado potencial de crescimento, e demais sectores exportadores”.