Batatada reuniu cerca de 1500 pessoas no Pinhal de Óbidos

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notícias das CaldasBatata cozida com bacalhau, regada a azeite e com vinho da região. A acompanhar o prato, uma boa dose de convívio e animação. Esta a receita da batatada que todos os anos se realiza no Pinhal de Óbidos e que, de acordo com a organização, juntou mais de 1500 pessoas na passada quarta-feira, na localidade situada no sopé da vila.
Aos visitantes é apenas pedido que levem o prato, talheres, copo e vontade de passar um bom bocado.

João Ribeiro, das Caldas da Rainha, é um habitué desta festa, que frequenta há 18 anos. A refeição começa a ser servida às 19h30, mas o conviva, juntamente com um amigo, já estavam na fila às 18h00, e à sua frente ainda se podiam contar mais 30 pessoas.
“O bacalhau estava muito bom, no ponto”, comentava depois de jantar, enquanto fazia tempo para seguir a música do acordeão, em romaria pelas adegas da localidade, madrugada fora. “Há festa até haver pinga”, brinca, dando conta da participação da população local que abre as portas de suas casas e dá a provar a água-pé nova aos visitantes, oriundos de todo o país.
É o convívio que a festa proporciona que vai trazendo João Ribeiro todos os anos. “Arranjam-se aqui amizades, conhecimentos e uma vivência que não é vulgar e é muito saudável”, considera.
Oriundo dos Casais Brancos, Hélder Sousa, de 67 anos, também não falta a esta festa. Este ano, chegou mais cedo, a meio da tarde e, além de se encontrar com os amigos, também esteve a ajudar a descascar as cebolas para cozer com as batatas. “Gosto muito deste convívio e espero que se repita por muitos anos”, dizia, enquanto descascava as cebolas, com olhos de choro.
Ao seu lado, António Pires, o responsável pela cozedura da batata, descansava um pouco, sentado numa cadeira. Começaram a cortar batatas às 18h00 e, perto das 21h00 já tinham enchido 30 panelas que coziam em fogueiras no meio do largo da localidade. O número ainda iria aumentar durante a noite pois “enquanto houver malta na fila para comer”, não podem faltar as batatas.
Natural do Pinhal e actualmente com 68 anos, António Pires recorda que ajuda a cozer as batatas para esta festa desde os seus 12 anos.
Este ano foram utilizados cerca de 1500 quilos de batata, 500 quilos de bacalhau, várias caixas de cebola e muitos litros de azeite. Grande parte dos produtos, sobretudo batata, cebola e vinho, são oferecidos pelas pessoas, quando é feito o peditório pela aldeia, mas o bacalhau, azeite e outros ingredientes necessários são adquiridos pela Sociedade Cultural e Recreativa Pinhalense, que organiza a festa.
A tradicional batatada está inserida nos festejos em honra de Sant’Ana, a padroeira do Pinhal, que começaram a 17 de Setembro e prolongaram-se até ao dia 21.
Rogério Pires, presidente da colectividade destaca que este ano os festejos têm contado com uma forte adesão. “Tem sido muito bom e o dia de sábado foi mesmo fora do normal, com uma grande enchente de pessoas”, conta, destacando que o restaurante, improvisado na sede da colectividade, esteve completamente cheio.
Também no dia em que houve sopa da pedra (terça-feira), outra das tradições locais, o restaurante encheu por três vezes, tendo passado por aquele espaço cerca de 700 pessoas.
Durante estes dias trabalham voluntariamente 17 pessoas da associação, além da população local que também colabora nos festejos da terra.

 

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