O peditório anual dos bombeiros das Caldas rendeu 124 mil euros para o orçamento da Associação Humanitária. Esta foi a segunda maior verba apurada de sempre, depois de se terem ultrapassado os 130 mil euros em 2017.

A colecta de 2018, resultado de diversos peditórios realizados na cidade e nas freguesias rurais, rendeu um total de 92.448,32 euros. A este valor acresceram as contribuições da Câmara das Caldas (22 mil euros) e dos próprios operacionais dos bombeiros, que doaram novamente o valor a que tinham direito pelos serviços de combate a incêndios (9.545 euros). A Associação Humanitária recebeu ainda 160 euros doados pela Tuna da ESAD, angariados no festival de tunas que decorreu este sábado no Centro da Juventude. No total, os bombeiros arrecadaram 124.153,32 euros.

Gazeta das Caldas - BombeirosOs valores foram em muito idênticos aos apurados no ano passado em quase todas as freguesias. A diferença mais notória foi no conjunto de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, onde os peditórios renderam este ano cerca de 8 mil euros menos do que no ano passado. Foi na cidade que se registou uma quebra mais acentuada com o peditório a render pouco mais de 17 mil euros.
Abílio Camacho, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, declarou-se “muito feliz com o resultado do peditório”, acrescentando que a verba “é uma mais-valia” para a operação da corporação. O presidente da associação afirmou que esta é “única no país” em termos de organização e na forma rigoroa como são geridos os recursos. “Não gastamos um cêntimo que não esteja relacionado com a actividade operacional”, afirmou. Abílio Camacho referia-se concretamente à festa que se seguiu ao cortejo, cujo lanche foi totalmente confeccionado com bens doados pela população. “Não fazia sentido estarmos a pedir às pessoas e depois gastarmos dinheiro com uma festa”, acrescentou.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, afirmou que este é um “grande contributo” que a comunidade caldense proporcionou aos seus bombeiros. O edil disse que o contributo da autarquia para a corporação tem aumentado e não se cinge ao cortejo. A autarquia atribui um subsídio geral, disponibiliza verbas para obras e aquisição de viaturas, e ainda disponibiliza verbas para as duas equipas permanentes. “A contribuição da Câmara deverá andar próxima dos 100 mil euros”, observou.

NA MANIFESTAÇÃO DOS BOMBEIROS

No seu discurso, Nelson Cruz, comandante dos bombeiros das Caldas, referiu que a corporação se fez representar na manifestação dos bombeiros na Praça do Comércio, em Lisboa, no passado sábado.
Em causa estão as mudanças que o governo está a implementar na Autoridade Nacional de Protecção Civil. Nelson Cruz considera que as mudanças vão retirar força aos bombeiros voluntários. No entanto, “onde nós estamos só existem bombeiros voluntários, não podemos permitir que nos façam mal”, afirmou.
A intenção do governo é que sejam criadas estruturas de bombeiros profissionais nos municípios, mas Nelson Cruz diz que “o país não tem sustentabilidade para ter bombeiros profissionais”. Ideia que o presidente da Câmara das Caldas também expressou. Por isso, Nelson Cruz considera fundamental receber um apoio tão forte como o que se verificou, novamente, este ano, por parte das entidades a nível local e da população.
A festa contou com as actuações da Tuna da ESAD, do grupo Acordes no Páteo e da cantora Rebeca.