Câmara de Óbidos quer “vazio sanitário” dos aviários entre Junho e Setembro

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Na sequência do foco anormal de moscas que atingiu parte do concelho, a Câmara de Óbidos quer que sejam aplicadas medidas cautelares, entre os meses de Junho e Setembro, nomeadamente vazio sanitário, na exploração agrícola Avarela, a fim de “controlar e eliminar, com regularidade e de forma permanente, a praga de insectos voadores”.
O termo técnico vazio sanitário designa o período imediatamente após a limpeza e desinfecção do aviário em que esse permanece fechado, interditado sem a presença de animais até o início de um novo alojamento, neste caso depois do Verão.
Esta proposta, aprovada pela maioria social-democrata na sessão de Câmara de 24 de Julho, será agora enviada à Direcção Regional de Agricultura e Pescas, que detém a coordenação do licenciamento.
A autarquia considera que o foco anormal de insectos voadores “colocou em causa a saúde pública e a prestação do serviço de turismo de qualidade” tendo em conta as queixas dos responsáveis pelos estabelecimentos de hotelaria, restauração e comerciantes do concelho, assim como das associações que participam no Mercado Medieval.
Para além disso, e de acordo com a autarquia, esta problemática vem sendo reiterada há mais de uma década, com períodos de maior gravidade ocorridos em 2009 e agora, em inícios de Julho.
De acordo com a informação da Câmara, representantes do executivo efectuaram acções inspectivas aos aviários da Avarela, nos dias 3, 10, 17 e 22 de Julho, a fim de acompanhar o desenvolvimento e tratamentos à praga realizados pela empresa Desicosmo Lda, contratada pelo empresário José Sobreiro.
O vereador socialista José Machado votou contra a proposta apresentada pela maioria PSD, por considerar que esta proposta possui “importantes omissões” e, como tal, “não será eficaz para resolver o problema existente”.
Na sua opinião, o encerramento do aviário, só por sim não resolveria o problema dos insectos. Recorda também que já este ano a Câmara aprovou uma proposta onde consta que “o aviário da Avarela é do ponto de vista ambiental viável, uma vez que os impactos negativos decorrentes da sua exploração são pouco significativos e minimizáveis, havendo apenas problemas com o índice de construção”.
De acordo com José Machado, a origem das moscas em Óbidos também é resultado do facto de alguns agricultores deixarem o estrume vários dias sem ser coberto, dos esgotos a céu aberto e outros aviários. Por tudo isto, devem “ser reforçadas as acções de fiscalização das medidas preventivas para o controle das moscas”, tendo em atenção a recolha de restos de alimentos, fezes de animais e outro tipo de lixo em recipientes adequados, não vazar lixo a céu aberto e desobstruir valas que retenham resíduos orgânicos.

Fátima Ferreira

fferreira@gazetadascaldas.pt

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