A Câmara de Peniche decidiu esta sexta-feira pedir dois empréstimos bancários, no montante global de 3,6 milhões de euros, para adquirir instalações para o novo museu municipal e concluir a requalificação do Fosso das Muralhas.
O executivo municipal aprovou, com cinco votos a favor (independentes, PS e CDU) e duas abstenções (PSD), pedir um empréstimo de 2,1 milhões de euros a 20 anos para adquirir um imóvel na estrada Marginal Norte, para aí instalar o futuro Museu do Mar de Peniche, segundo a proposta a que a agência Lusa teve acesso.
Um novo museu é uma das prioridades do município para 2025, que inscreveu no orçamento municipal uma verba de três milhões de euros para esse efeito.
O projeto visa criar um espaço “interativo e educativo”, que conecte o passado marítimo da cidade com as oportunidades futuras da economia azul, explorando a importância do mar na história, cultura e economia de Peniche, ao mesmo tempo que destaca as novas tecnologias e profissões emergentes no setor marítimo.
O museu irá ainda contribuir para a preservação do saber tradicional associado às atividades marítimas, dando a conhecer documentação e técnicas tradicionais de pesca, construção naval e navegação, pilares fundamentais no desenvolvimento de Peniche.
Em dezembro, aquando da discussão do orçamento para 2025, o presidente da autarquia, Henrique Bertino, explicou que pretende concentrar num mesmo espaço exposições locais dispersas ligadas à história do concelho, às rendas de bilros, ao naufrágio do navio San Pedro de Alcântara, à arqueologia e geologia e à história da pesca e das conservas.
O museu municipal, que funcionava na Fortaleza de Peniche, encerrou aí aquando do fecho do monumento para obras em 2017 e consequente reabertura em 2024 do Museu Nacional da Resistência e Liberdade aí instalado.
Desde 2017 que o espólio patente no antigo museu municipal se encontra armazenado e acondicionado em instalações municipais.
Há ainda espólio relacionado com o naufrágio do navio San Pedro de Alcântara ou com património natural ligado à geologia e à arqueologia guardado sem ter sido exposto por falta de espaço.
A câmara municipal justificou a aquisição do imóvel, onde funcionou uma unidade de transformação e comercialização de pescado entretanto entregue ao banco, dada a “vista de mar privilegiada” e ser “adequado à instalação de um grande museu”.
O executivo municipal aprovou também contrair um empréstimo de 1,5 milhões de euros a 20 anos para a segunda fase da requalificação das muralhas da cidade, também prevista no orçamento para 2025.
O município justificou a necessidade do empréstimo para assegurar a verba nacional da empreitada que deverá vir a ter financiamento comunitário.
*Com agência Lusa