Centro Hospitalar quer empresas e entidades locais a apoiar o Parque

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Desde o final de Setembro que o Parque D. Carlos I deixou de ter a habitual manutenção efectuada pela empresa Tecnogarden. Também a Mata Rainha D. Leonor deixou de ter manutenção no final de Outubro. Em ambos os casos terminou o contrato que ligava a empresa ao Centro Hospitalar Oeste Norte.
Segundo Carlos Sá, presidente do CHON, “terminou o montante da verba que tínhamos disponível em orçamento” para a manutenção dos dois espaços verdes e, por causa da Lei dos Compromissos, não pode ser feito um novo concurso público.
A administração do CHON convocou para ontem, 8 de Novembro, uma reunião com várias entidades e empresas locais, no sentido de as sensibilizar para esta questão.
Foram convidados representantes dos bancos, hotéis, associação comercial, associação de municípios, Conselho da Cidade, Câmara e junta de freguesia.
“É preciso garantir que o Parque e a Mata sejam zonas de grande atracção dos caldenses e dos turistas. O Centro Hospitalar, neste momento, não tem condições para assegurar isso”, comentou Carlos Sá.
“Queremos ser parte da solução e não do problema. Enquanto estivermos a olhar para isto apenas como um problema de alguém e não de todos, não resolvemos nada”, adiantou.
Segundo Carlos Sá, basta uma verba mensal de sete mil euros para que a qualidade do Parque D. Carlos I continue a ser bem cuidado. Na sua opinião, essa verba poderia ser custeada em parte pela autarquia e o restante por empresas locais.

Protocolo com autarquia ainda não avançou

Actualmente os trabalhos de manutenção e jardinagem estão ser feitos por alguns funcionários do CHON, que anteriormente já davam apoio a essa área.
Carlos Sá continua a defender que a principal preocupação do Centro Hospitalar tem que ser com a prestação de cuidados de saúde e não com a manutenção dos espaços verdes que fazem parte do seu património.
Embora diga que em termos financeiros o centro hospitalar esteja “numa situação confortável”, depois dos cortes que foram feitos nos últimos dois anos, salienta que têm menos recursos financeiros e, por isso, “há áreas em que temos de tomar decisões”.
O administrador lembrou que há pelo menos um ano e meio que estão em conversações com a Câmara das Caldas para que a autarquia tome conta daqueles espaços verdes ou, pelo menos, colabore na sua manutenção.
Fernando Costa já aceitou estabelecer um outro protocolo para a gestão do Parque e da Mata, mas “com a condição de que o Ministério da Saúde se empenhe para que haja fundos comunitários para recuperar os Pavilhões do Parque e outras áreas que precisam de ser recuperadas”, segundo explicou o próprio à Gazeta das Caldas.
Este processo de passar a gestão dos dois maiores espaços verdes do concelho para a autarquia tem vindo a arrastar-se no tempo e estará actualmente em análise no Ministério das Finanças.
A Câmara só aceita uma concessão, no mínimo, por 50 anos, e já tem como planos alargar o Museu da Cerâmica, instalar um Parque de Esculturas e, se houver interessados, construir uma clínica termal privada no espaço da Parada.
Fernando Costa garante que a Câmara tem condições financeiras para suportar os gastos na manutenção destes dois espaços, que poderão custar entre 300 mil a 500 mil euros por ano. “Felizmente a Câmara tem dinheiro e esta parece-me uma prioridade”, afirmou o autarca em Agosto.
Entretanto, a situação arrastou-se e os dois espaços deixaram de ter a habitual manutenção, daí a urgência da administração do Centro Hospitlar em encontrar alternativas.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt