Mais de 200 clássicos trouxeram quase 7000 pessoas à Expoeste no passado fim-de-semana. Na Classic’Auto não faltou um exemplar do automóvel que revolucionou a indústria: um Ford T, de 1915. O evento mostrou a evolução da tecnologia no sector durante o último século.
Há quem cuide deles como se de mulheres se tratassem. São as meninas dos seus olhos e passam horas a afinar, polir, limpar ou arranjar as fiéis amigas de quatro rodas. Falamos das viaturas clássicas, que no passado fim-de-semana ‘invadiram’ a Expoeste.
À entrada do pavilhão, e logo depois de passarmos por um Bentley R-Type automático de 1956 que está exposto no hall, encontramos um Daimler de 1946 e um Mercedes de 1958, que vale 200 mil euros.
Andamos mais um bocadinho e vemos, entre dois Ford A (tão típicos dos anos 20 americanos), um Ford T de 1915. Este foi o carro que revolucionou a indústria automóvel, fabricado em larga escala na primeira linha de montagem inventada por Henry Ford e acessível à maioria da população.
Na Expoeste havia ainda uma carrinha Ford modelo A, estacionada entre dois camiões Scania da Transwhite. Foi recuperada pela própria empresa caldense e ostenta o nome da mesma.
Na Expoeste também se podia ver um Morris 8 Tourer de 1939 (só foi fabricado nesse ano), único em Portugal, e um Austin 12/6 também dos anos 30.
Passamos depois por uma Citroen daquelas que antigamente eram usadas como biblioteca itinerante da Gulbenkian. Vemos mais do que uma Pão de Forma (as míticas carrinhas Volkswagen), e um Ford Country Sedan amarelo e cinzento.
Hélder Alexandrino, que representa os Amigos Japoneses Antigos (um clube de automóveis e motas de marcas japonesas), falou sobre a criação da delegação Oeste do grupo, que aconteceu em Janeiro deste ano.
Os amigos organizam encontros no segundo fim-de-semana de cada mês no cais da Foz do Arelho, para mostrar os carros e conviver. Normalmente aparece mais de uma dezena de entusiastas e por vezes fazem passeios, por exemplo, às salinas de Rio Maior.
Este clube trouxe à feira nove carros, entre os quais seis Toyota Corolla, que mostram a evolução do modelo dos finais da década de 60 até aos finais dos 80. Além disso, mostraram um Nissan 300ZX, um Toyota Cellica e um Datsun Fairlady de 1968.
“Todos os anos há um encontro nacional com passeio, que este ano deverá ser nas Caldas”, revelou Hélder Alexandrino.
Depois de apreciarmos os 14 Land Rover, que assinalam os 70 anos da marca (e onde se inclui um da Polícia Municipal de Lisboa), vemos as 4L, os Volkswagen carochas e os Fiat500.
Deparamo-nos então com uma parte dedicada apenas a veículos antigos dos bombeiros, onde vemos um veículo urbano de combate a incêndio da International Loadstar, uma Ford V8 e outros carros GMC, Ford e Chevrolet.
Paramos novamente, agora para falar com outro caldense, João Ferreira, que tem um armazém no Carvalhal Benfeito onde guarda a sua colecção de mais de 750 motas e motorizadas e 160 bicicletas.
A mota mais antiga é de 1948, mas na mostra apresenta uma Rixe com motor Sachs de 1958, uma Florett 3V com mudanças de punho e uma Vespa de 1967.
É no Carvalhal Benfeito que tem também o seu negócio de venda de peças para clássicos, onde possui um espólio com mais de 200 mil peças.
“Sou mais conhecido fora das Caldas do que aqui pois só me começaram a aparecer clientes desta zona com a realização da feira dos clássicos”, contou à Gazeta das Caldas. Dedica-se a esta actividade há 40 anos e nota que existe muita procura para as suas peças porque “são muito difíceis de encontrar”.
Terminamos o passeio referindo as centenas de bicicletas, motorizadas e motas antigas que se podiam apreciar e um tractor McCormick Farmall Club de 1945.
Num evento automóvel, ao fundo do pavilhão havia um local a vender comida… sob quatro rodas. Era uma carrinha com petiscos.
António Marques, director da Expoeste, disse à Gazeta das Caldas que a colecção que esteve patente vale mais de cinco milhões de euros e que esta edição “melhorou substancialmente em relação aos anos anteriores”. Cerca de um terço dos 10 mil metros foram dedicados às peças, um mercado que atrai o seu próprio público. Segundo a organização, passaram pelo certame quase 7000 pessoas.