Uma ementa simples e eficaz de um chef ribatejano

0
682
- publicidade -

Notícias das Caldas Cocktail de camarão e abacate para entrada, seguido de uma sopa de salmonete. Começou assim a ementa de mais uma edição da Cozinha de Autor da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), que teve lugar a 18 de Janeiro.
Carlos Matos, do 3º ano do curso de Cozinha e Pastelaria, preparou uma ementa simples cujos pratos principais são robalo marinado com abacate e tomate e bife com molho de pimenta. A terminar, tarte de “tatin” de banana com gelado caseiro como sobremesa.
Foi desta forma simples que, apresentou a sua “Quis tornar a ementa o mais simples possível, para tornar o mais fácil e apetitoso possível”, contou o chef de cozinha desse dia, Carlos Matos, admitindo não ter muita criatividade em relação ao nome que dá aos pratos. “Prefiro ir directo ao assunto”, disse.
Natural de Vila Franca de Xira, Carlos Matos, de 19 anos, estava a estudar na escola de Santarém até ao ano passado, tendo transitado para as Caldas quanto aquelas instalações fecharam. “Não foi difícil vir para cá. Aceitaram-nos bem”, referiu, salientando que a escola caldense tem instalações e materiais bem melhores do que a de Santarém.

A entrada confeccionada para esta refeição “era basicamente uma maionese feita de abacate com camarão sozinho, depois leva água fria e limão”. A sopa levava um filete de salmonete e o caldo levava também cenoura, funchos e tomate, entre outros ingredientes.
Para o prato de peixe o robalo esteve a marinar durante a noite em tomate, abacate e cebola roxa, depois foi frito e servido acompanhado de um “puré” de abacate e cebola roxa.
Apesar do nome simples, o processo de confecção do bife com molho de pimenta foi mais complexo. “Foram bifes de novilho que passaram a noite completamente cobertos de pimenta, depois levaram uma fritura rápida dos dois lados, ficaram a “descansar” um pouco e voltam a ser cozinhados. De seguida os bifes levavam as natas e o molho”, explicou o chef de cozinha desse dia.
A sobremesa levava massa folhada em cima de banana caramelizada e com gelado caseiro de baunilha.
Desde criança que Carlos Matos gosta de estar na cozinha, onde via a sua avó a fazer as refeições. Já como adolescente, começou a cozinhar o seu próprio almoço e foi com naturalidade que seguiu esta área. Para si, o mais importante para um chef de cozinha é ter muita resiliência. “É difícil psicologicamente e fisicamente. É preciso gostar mesmo”, afirmou.
Sem condições financeiras para continuar a estudar, Carlos Matos quer encontrar trabalho o mais rapidamente possível, depois de terminar o curso. O seu destino deverá ser Alemanha ou Suíça. “Em Portugal será muito difícil encontrar emprego”, considera.
Neste dia o chef de sala foi o caldense Jorge Costa, que já tinha sido anteriormente entrevistado pela Gazeta das Caldas. Por lapso, foi referido nessa altura que o aluno tinha estado em Santarém, mas na verdade Jorge Costa sempre frequentou a escola das Caldas. Desta vez como chef de sala, usou elementos exóticos na decoração das mesas. “Penso que correu tudo bem, a relação entre todos foi a melhor”, comentou.
Também do curso de Restauração e Bebidas, David Carp, foi o escanção de serviço, tendo escolhido vários vinhos portugueses. Este aluno, tal como a maioria dos seus colegas, pensa ir para o estrangeiro depois de acabar o curso, mas neste caso para um destino preciso – Israel, uma vez que o seu pai é o presidente da comunidade israelita de Lisboa.
Quando ingressou no ensino profissional queria estudar Operações Turísticas, mas quando o curso encerrou em Portalegre, onde esteve, foi obrigado a seguir Restauração e Bebidas. Acabou por vir para as Caldas este ano lectivo, onde refere já ter aprendido bastante mais. “Há um excelente clima de camaradagem e bons profissionais, com quem tenho aprendido muito”, concluiu.
O projecto Cozinha de Autor vai ser interrompido e regressa no início do segundo semestre, na semana de 4 de Fevereiro.

- publicidade -

- publicidade -