Estremoz recebeu seminário sobre cerâmica tradicional alentejana onde participou meia centena de pessoas
Entre os dias 6 e 7 de maio, realizou-se na Biblioteca Municipal de Estremoz, o seminário “Cerâmica Tradicional do Alentejo: Um Saber-Fazer com necessidade de salvaguarda” que contou, ao longo de dois dias, com a participação de 50 pessoas.
Entre os oradores esteve José Luís de Almeida Silva, que além de diretor da Gazeta das Caldas é ainda responsável pela Associação de Vilas e Cidades de Cerâmica, entidade que tem sede nas Caldas da Rainha.
A iniciativa foi organizado pela Cátedra UNESCO – Universidade de Évora, Museu Municipal de Estremoz – Prof. Joaquim Vermelho e Centro UNESCO para a Valorização e Salvaguarda do Bonecos de Estremoz.
Segundo o investigador caldense, na iniciativa houve várias apresentações sobre o estado da cerâmica tradicional no Alentejo, e “por todas passou uma ideia de crise e de potencial abandono da atividade, exceto de Estremoz”. Para o investigador esta última localidade teve “um verdadeiro renascimento com a declaração da Unesco de Património Imaterial da Humanidade relativa aos Bonecos cerâmicos locais”. No caso de Beringel, Viana do Alentejo, S. Pedro do Corval, Redondo, Vidigueira, Flor da Rosa (Carto), Nisa e Elvas, “quase já não há continuadores nem os cursos de formação têm criados novos artesãos”, referiu. Em Estremoz, para cativar quem queira dedicar-se a esta arte, há uma outra estratégia que é a de “receber pessoas interessadas independentemente dos subsídios de formação e que queiram mesmo fazer com qualquer idade e habilitações”, disse. Após o reconhecimento UNESCO, em 2017, estas peças tradicionais foram valorizadas, a procura aumentou e o número de produtores (acreditados) está a crescer de forma inesperada. Até a Olaria de Estremoz, que quase tinha desaparecido, “está a renascer com a frequência de um curso com muitos participantes interessados”, referiu José Luís Silva acrescentando que foi criado um Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, localizado no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, naquela cidade alentejana, num investimento de 258 mil euros. Em breve,passará também a estar operacional, um laboratório de investigação, conservação e restauro dos Bonecos de Estremoz, criado em conjunto com o Laboratório Hércules da Universidade de Évora.
Caldas é um caso similar a esta localidade alentejana dado que também possui museus de Cerâmica, tem cátedra UNESCO na ESAD/IPL e é uma das cidades criativa da UNESCO. No entanto
há quem considere que lhe falta fazer uma aposta forte na salvaguarda da sua cerâmica.■