Genro e sogro fizeram 5 mil quilómetros de bicicleta

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Em dois meses, o obidense e o caldense levaram a bandeira de Portugal a dez países e um principado

Entre abril e junho deste ano, o gaeirense José Miguel Ferreira e o sogro, o caldense Teófilo Alves, pedalaram por dez países e um principado. Viveram uma aventura com peripécias para contar

Costuma dizer-se “tal sogro, tal genro”. E, no caso de José Miguel Ferreira e Teófilo Alves, essa máxima aplica-se na perfeição. Perante o desafio lançado pelo genro, o sogro decidiu acompanhá-lo numa verdadeira epopeia de 5 mil quilómetros de bicicleta. Em casa ficou Sofia Alves, responsável por juntar estes dois “companheiros”.
A viagem, que começou a 15 de abril nas Gaeiras, durou 66 dias e surgiu da vontade do jovem, de 21 anos, de conhecer o mundo. Em dois meses pedalaram por Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca, República Checa, Áustria, Suíça, Itália e pelo principado do Mónaco. Gastaram cerca de 1.600 euros em conjunto.
A dupla entrou em Espanha literalmente a salto! “Fomos por uns caminhos meio manhosos, porque tínhamos receio de a fronteira estar fechada. Saltámos um portão com as bicicletas e do outro lado estava uma manada de bois e de vacas!”, diz o gaeirense José Miguel Ferreira.

Ver diferenças culturais e superar os obstáculos no caminho foram os ganhos
desta verdadeira epopeia de cariz familiar

Em Itália foram identificados pelas autoridades porque estavam a tomar banho numa fonte perto de uma igreja. “Quando a Polícia chegou estava o Teófilo de boxers!”, partilha, entre risos, o obidense.
Outra peripécia foi quando decidiram… dormir num cemitério em França.
“Não conseguíamos encontrar um sítio com água para beber e para tomar banho e só no cemitério é que tinha. Parámos e depois começou a chover bastante e acabámos por dormir lá”, recorda o caldense Teófilo Alves, que viveu experiências verdadeiramente inesquecíveis marcantes.

Apenas uma queda…
Nesta viagem, o jovem José Miguel levava a bicicleta que o pai lhe havia oferecido há sete anos (e que pesará cerca de 13 quilos) carregada com 25 quilos de material necessário nos alforjes que “nem eram impermeáveis”.
Sem grande preparação e sem material adequado conseguiram atingir o objetivo. E registaram neste longo percurso apenas uma queda (além dos furos e troca de travões, claro está).

“Estava a chover muito e encostei à direita. Já não deu tempo do José parar, batemos um contra o outro, mas não nos aleijámos”, diz Teófilo Alves, filho de caldenses que vive em Lisboa.
José Ferreira é natural das Gaeiras e estudou na Raul Proença antes de se formar em Desporto de Natureza e Turismo Ativo na Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Sempre foi um amante dos desportos. Praticou natação, equitação e futebol e recentemente criou a sua empresa: a Block Experience – Turismo de Aventura e Natureza – Óbidos.
Uma nota curiosa: há cerca de dois anos, já José Ferreira tinha convencido o pai e o avô a pedalar das Gaeiras até Sagres. Mas foram “só” quatro dias.