Há 40 anos houve um festival nas Caldas a favor da vida e contra o nuclear

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Gazeta das Caldas
As manifestações de Ferrel chamaram pela primeira vez a atenção em Portugal para a problemática do nuclear

Este fim de semana, dias 20 e 21 de Janeiro, será assinalada a passagem dos 40 anos da realização do Festival “Pela Vida e Contra o Nuclear” que teve lugar nas Caldas da Rainha e em Ferrel e reuniu mais de 2000 participantes de todo o país e recebeu os grandes cantores de intervenção como Zeca Afonso, Vitorino, Fausto e José Fanhais.
No sábado, 20 de Janeiro, pelas 15h00, nos Pimpões, terão lugar as Jornadas pela Vida e Contra o Nuclear que vão contar com a participação de José Luís Almeida Silva (director da Gazeta das Caldas) e de Inês Lourenço (investigadora da Patrimonium). Susana Fonseca (da Coopérnico) vai falar sobre as alternativas ao nuclear enquanto que Yolanda Picazo (ecofeminista e activista) que abordará os desafios energéticos em Espanha.
No dia seguinte, 21 de Janeiro, a partir das 9h00 haverá uma arruada em Ferrel onde às 10h20 será inaugurado um painel de azulejo e de um mural na Junta de Freguesia. Por volta das 11h00 será lançado o livro “Almaraz e outras coisas más”, coordenado por António Eloy, editado pela Gazeta das Caldas.

O evento, que decorreu em 1978 e que foi organizado pela Gazeta das Caldas (em conjunto com outras entidades) constitui um dos primeiros momentos da ecologia do país, tendo reunido militantes, jornalistas, professores universitários e população em geral, especialmente jovens, que naquele evento se uniram para demonstrar o seu desacordo para com a instalação da central nuclear que se previa então para Ferrel.
A possibilidade de se instalar uma central naquela localidade deu lugar ao primeiro levantamento dos populares, que ocorrera meses antes em Ferrel. Seguiu-se aquela manifestação nacional contra a ameaça da instalação daquela que seria a primeira central nuclear em Portugal.
A iniciativa que assinala os 40 anos do Festival é organizada pela Gazeta das Caldas em parceria com a Patrimonium e com o Movimento Ibérico Anti-Nuclear.