A Feira Internacional do Artesanato (FIA) está patente na FIL, em Lisboa, até ao próximo domingo, 1 de Julho, e entre os participantes estão vários artesãos e empresários caldenses que aproveitam esta montra nacional para dar a conhecer os seus trabalhos e negócios. Gazeta das Caldas esteve no certame e recolheu a opinião de vários participantes do Oeste. Este é o maior certame do género que se realiza na Península Ibérica e onde estão representadas culturas de todo o mundo.
Próximo da entrada do Pavilhão 2 da FIA está o stand da Associação de Artesãos das Caldas da Rainha (ver caixa). Do outro lado há mais uma referência relacionada com as Caldas: as peças gigantes da Fábrica Bordalo Pinheiro, forradas a crochê, de Joana Vasconcelos e que podem ser vistas em conjunto com obras dos designers de moda Nuno Gama e Filipe Faísca.
No espaço caldense estavam a trabalhar ao vivo as bordadeiras Ana Maria Pereira e Palmira Caetano. Ambas pertencem à Associação dos Bordados das Caldas (que integra 11 bordadeiras e quatro aprendizes) e davam a conhecer ao público especificações relacionadas com esta arte.
“Há quem diga que das Caldas só conhece a cerâmica e fica agradavelmente surpreendida quando vê os nossos bordados”, disseram as bordadeiras que, na tarde de sábado, 23 de Junho, primeiro dia do certame, já tinham vendido vários trabalhos.
Palmira Caetano e Ana Maria Pereira já tinham até vendido algumas peças destinadas ao Brasil.
“Todos os dias vão estar a trabalhar duas bordadeiras no stand”, disse a artesã. A associação a que pertence, pretende levar os bordados às escolas caldenses já no próximo ano lectivo.
Luís Elias, filho de Herculano Elias, está também presente com as suas peças de cerâmica. “Conheço a FIA desde o início, teve altos e baixos e neste momento aposta em novos valores, reunindo o que se faz de melhor por todo o país. É um espelho importante”, disse o ceramista, que vai dar continuidade às miniaturas do seu pai.
Jorge Lindinho estreou-se na FIA e já tinha vendido algumas peças de cerâmica. Dedica-se a fazer formas animalescas como peixes e polvos. É ceramista em part-time, após ter trabalhado em indústrias caldenses. “É sempre bom participar e poder apresentar os nossos trabalhos a um público tão diversificado”, disse o ceramista.
Lurdes Sobreiro trouxe as suas peças de cerâmica figurativa, (umas vidradas, outras chamotadas) que representam presépios e barquinhos. A artesã já tinha estado presente em anteriores edições, de forma individual, mas estava contente em poder participar de forma colectiva, através da Associação de Artesãos. Há seis anos que se dedica ao artesanato e para já considera-o apenas como um passatempo.
Graciete Neto, também da associação, trouxe à FIA as suas bonecas de pano. “Faz lembrar as que existiam antigamente”, disse a artesã, que se estreou como participante. “O público acha graça e há quem acabe por comprar”, disse a reformada, que vai dar continuidade à sua produção de bonecos criativos onde não falta a Maria Paciência e o Zé Povinho.
“É ÓPTIMO PARA ARRANJAR NOVOS CLIENTES”
O Zé Buda, o Zé Engenheiro e a Geringonça são algumas das peças em cerâmica que podem ser vistas no atelier de Fernando e Milena Miguel, situado a meio do Pavilhão 2. O casal de ceramistas caldenses vêm há vários anos participar na FIA. Ambos acham que “é uma feira boa, uma montra nacional que ainda vale a pena vir, sobretudo para arranjar novos clientes”.
O stand dos Miguel está repleto de peças sacro-satíricas onde o Zé Povinho é, na maioria das vezes, a personagem principal. Fernando e Milena Miguel aproveitam sempre para rever clientes antigos, além de considerarem que neste certame conseguem boas encomendas. O casal possui o seu atelier de trabalho no Formigal (Salir de Matos).
Sandra Casaca, formada em escultura nas Belas Artes de Lisboa, é uma habitué das formações em cerâmica no Cencal. A autora dedica-se à produção cerâmica na Casa dos Malteses (Torres Vedras), um projecto que engloba pomar e horta biológica. Trouxe para a FIA peças como pimentos, limões e várias formas da natureza, que obtém através do uso do molde directo, “tal como faziam antigamente os ceramistas caldenses, mesmo antes de Bordalo”. Sandra Casaca era mais uma estreante na FIA que tem a sua unidade de produção artesanal e que comercializa a sua cerâmica em mercados em Lisboa.
EMPRESÁRIOS TAMBÉM PRESENTES
Mário Felizardo, o representante da Bernina em Portugal, há vários anos que apresenta as suas máquinas de costura na FIA. Para o caldense, este certame “é muito importante pois congrega todos os artesãos a nível nacional”. Além de se juntarem aos seus distribuidores, esta é uma oportunidade de angariar novos clientes.
Gonçalo Felizardo, filho do empresário, foi o responsável pela apresentação da marca na 31ª edição da feira. “Há muita gente que vem cá para ver as novidades que saíram este ano”, disse o responsável, acrescentando que esta é também a oportunidade de várias pessoas contactarem com as máquinas de costura “e há casos em que se tornam clientes assíduos”.
Há cinco anos que a Planeta dos Tecidos participa na FIA. A sede da empresa é em Torres Vedras, mas possui uma loja nas Caldas da Rainha. “É muito positiva a presença neste certame onde é possível divulgar para todo o país e ilhas”, disse Tânia Matos, que é gerente das duas lojas. Na FIA a empresa faz campanhas especiais de venda de tecidos e concretizam-se contactos para negócios futuros.
Sandra Martins é uma das responsáveis pela empresa Poção Mágica que se dedica aos produtos naturais e à Aromaterapia. Esta foi a primeira vez que veio participar na FIA, certame que a empresária vê como “uma oportunidade de darmos a conhecer o nosso trabalho a nível nacional”. Sandra Martins pretende estabelecer contactos para a revenda, de modo a “podermos crescer mais um pouco, além da venda directa”.
A empresária dedica-se a esta área desde 2008 e possui loja na Rua 1º de Dezembro, próximo da Praça de Touros, onde também promove workshops sobre alternativas naturais.
Artesanato caldense na maior feira do país
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Os sabores locais também marcam presença na área dedicada à gastronomia – Isaque Vicente[/caption]
Perto de 30 expositores de artesanato e bordados das Caldas marcam presença no pavilhão um da Feira Internacional de Artesanato, que decorre na FIL (Lisboa) até 1 de Julho.
Esta é a maior feira de artesanato do país e nunca tinha recebido uma tão grande comitiva caldense, que é representada pela Associação de Artesãos, com o apoio da Câmara.
O stand caldense, com 36 metros quadrados, tem artesãos a trabalhar ao vivo. Há produtos em cerâmica, madeira, tecido, cabaças e pasta fria, entre outros.
No pavilhão três, de gastronomia, está um espaço gourmet com três metros quadrados dedicados ao que de melhor se faz na cidade em termos gastronómicos, como bolachas, bolos típicos, fruta desidratada e sumos com fruta da Praça.
A associação, que já tem mais de 30 sócios, tem uma nova sede, no primeiro andar da Columbófila. Esta mudança surge de uma parceria com a autarquia em que a associação entregou o antigo espaço que tinha, um quiosque na Praça 5 de Outubro (a sede era nos Pavilhões do Parque).
Além disso, está a ser organizado mais um Mercado Cria no Largo do Hospital Termal, no dia 7 de Julho.
Irão participar neste segundo mercado deste ano mais de 30 expositores e a associação terá duas carroças no largo para mostrar os seus produtos.
Além dos artesãos, haverá street food. Haverá uma banca de Taywan, com artesanato e gastronomia.
Durante o evento, que decorre das 11h00 às 23h00, está prevista animação com música e dança. Em Setembro deverá realizar-se novo mercado Cria.































