Cerca de quatro hectares de terreno junto a uma das entradas da cidade vão ser reabilitados para dar lugar a um parque verde. A intervenção será feita em três fases e sem investimentos avultados
As máquinas já começaram os trabalhos de limpeza e de alguma nivelação para converter o terreno existente entre o complexo Abraço Verde e o parque desportivo Domingos del Rio num parque urbano. A intervenção será feita em cerca de quatro hectares de um terreno com o dobro do tamanho que é propriedade do município e que foi dado como um dos potenciais locais para a construção do novo Hospital do Oeste.
No entanto, enquanto não é decidido o avançar da obra nem definida a sua localização, a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro propôs à Câmara das Caldas a possibilidade da sua fruição enquanto espaço de lazer. “Vamos criar uma expansão temporária do Abraço Verde e condições para as pessoas poderem usufruir daquele espaço para as suas caminhadas, andar de bicicleta e, mais para a frente, utilizar alguns equipamentos que lá possam ser colocados”, resumiu o presidente da Junta, Jorge Varela.
O projeto foi criado pelo gabinete técnico de reabilitação urbana e será concretizado com os meios da autarquia. De acordo com a arquiteta Sónia Lopes, a primeira fase inclui sobretudo a limpeza, compactação de pavimentos e criação de novos percursos em saibro. Será criada uma pista de bicicleta e um espaço multiusos.
Na fase seguinte serão plantadas novas árvores, sobretudo na zona mais próxima da estrada, de modo a criar algumas zonas de sombra, estrutura do espaço e zonas de proteção, de modo a “convidar” as pessoas a permanecer naquela área. Serão espalhadas sementes de prado florido na zona da bacia de retenção e colocado algum mobiliário, nomeadamente papeleiras. Será também melhorada a zona em frente à escola.
Na terceira fase serão instalados equipamentos amovíveis, como redes para as crianças escalarem e áreas com aparelhos de fitness. Para essa altura está também previsto aumentar a intensidade verde do parque e a instalação de mobiliário amovível. A iluminação será feita através das vias já existentes e será trabalhado também nesta última fase.
“Vamos criar condições para as pessoas poderem usufruir daquele espaço e, mais para a frente, utilizar alguns equipamentos que lá possam ser colocados”
Jorge Varela
“Será mantida a base de um parque de prado, mais natural e sem forçar o que já lá existe”, explicou a arquiteta Sónia Lopes durante a apresentação do projeto, a 22 de outubro.
Este parque apresenta-se como um espaço alternativo ao parque D. Carlos I e mata rainha D. Leonor, de usufruto de um espaço verde numa outra zona da cidade. De acordo com o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, o projeto inicia-se neste mandato e prolongar-se-á nos seguintes. Tem aliado a construção da ciclovia, cuja obra deverá arrancar no final deste ano ou início do próximo.
O chefe do executivo municipal recorda que o terreno é garantido como reserva estratégica para o equipamento de saúde, mas entende que não se devem privar os cidadãos do usufruto em função de uma expetativa que ainda vai demorar bastante tempo a concretizar. “A entrada das Caldas, para quem sai da autoestrada, passa a ser mais bonita e mais atrativa e deixa de ter o aspeto que hoje tem”, concretizou o presidente da Junta, Jorge Varela.
Lettering em grande formato
No local será também colocado o nome da cidade, Caldas da Rainha, em grande formato. A conceção está a cargo do caldense Rui Filipe, aluno do TeSP (curso técnico superior profissional) de Prototipagem Digital e Desenho 3D na ESAD. As letras, que ocuparão cerca de 25 metros de comprimento e em que cada maiúscula tem cerca de dois metros de altura e as minúsculas cerca de 1,60 metros, deverão ser colocadas ainda durante este mandato. Neste momento ainda não está decidido em que material as letras serão impressas, embora a Câmara esteja inclinada para a solução da fibra de vidro.
“O objetivo é criar um objeto diferenciado e inovador. Tinha de cumprir a função informativa, assim como lúdica, de interação com os utilizadores e promover a vinda das pessoas para conhecer o novo espaço”, explicou o autor, que tentou criar um tipo de letra que fosse “facilitador” de leitura,
Rui Filipe referiu ainda que o letring – pode ser visto dos dois lados e que é mantida uma ligação entre as duas faces das letras.