
Caldense perdeu a rosa a três etapas do fim do Giro d’Italia, mas lutou pela vitória até ao “crono” em Milão
Quando João Almeida aguardava a ordem para sair para o contrarrelógio final do Giro, um dos comentadores da RAI, a estação oficial da prova, não se conteve e na zona de imprensa instalada na meta, junto à Catedral de Milão, a frase que proferiu foi bem audível. “Estamos perante um grande campeão”, disparou o especialista, elogiando de forma enérgica o comportamento de um jovem ciclista, de 22 anos, que, ao ser 4.º classificado na Volta a Itália, ganhou um lugar na história do ciclismo nacional, atingindo um patamar em que apenas é superado pelo mítico Joaquim Agostinho.
O caldense acabara de fechar a época de estreia no circuito profissional com um inédito 4º lugar na geral do Giro e depois de ter vestido a camisola rosa durante 15 dias. Chegou a dormir com uma das que ganhou no final de cada etapa, tal foi a emoção que viveu.
Corredor agradeceu apoio que foi recebendo dos caldenses
E se é verdade que não venceu a prova, não é menos certo que se tornou no melhor português de sempre no Giro, superando José Azevedo, que tinha sido 5.º em 2001. Igualou, assim, José Ribeiro da Silva, 4.º classificado na Vuelta, de 1957, que era o segundo melhor português em grandes competições internacionais. Pelo que, em função da epopeia em terras transalpinas, tem o nome imortalizado no desporto português.
“É incrível, nunca pensei alcançar este resultado. Estou muito grato à minha equipa por tudo o que fizeram por mim”, declarou à Gazeta das Caldas o antigo corredor do Bombarralense, que, minutos depois do fim do Giro d’Italia, ainda não tinha “bem a noção” do impacto que causou nas Caldas e em todo o país.
“A minha família e os meus amigos tentaram mostrar-me um pouco do que fizeram. Estou muito agradecido por todo o apoio e penso que fez toda a diferença”, frisou João Almeida, que partilhou a glória com outro português, Ruben Guerreiro, vencedor do prémio da montanha e de uma etapa, e que fez formação no Alcobaça Clube de Ciclismo.
O slogan do Giro é “Amore Infinito!”. João Almeida ganhou uma admiração infinita
À Gazeta das Caldas, o corredor de Pegões, de 26 anos, frisou que passou “a melhor época de júnior” ao serviço do Alcobaça Clube de Ciclismo e, ao levar a camisola azul para casa, recordou “as pessoas espetaculares” que o ajudaram em Alcobaça. “Devo-lhes muito, nomeadamente o João Hortelão [treinador]. Fui campeão nacional e a partir daí começou o sonho”, assumiu o trepador.
Um “lobo” humilde
João Almeida viveu um sonho cor de rosa durante as três semanas do Giro, mas manteve sempre o sorriso fácil e nunca deixou de lutar pela vitória. Quando perdeu a rosa, no alto do Stelvio, não baixou os braços. Nos dias seguintes esteve nas fugas, atacou quando tinha de atacar e deu tudo. Com o apoio da restante “alcateia”, a expressão utilizada pela Deceuninck-Quick-Step para classificar os elementos da equipa, tornou-se num jovem lobo insaciável em busca da glória. Mas manteve sempre a humildade.
No final da etapa de Sestriere, em que foi 4.º e manteve o 5.º lugar à entrada do “crono” final, o ciclista teve tempo para dedicar uns minutos aos jornalistas portugueses, embora o dever impusesse uma rápida deslocação para o autocarro da equipa, para tomar duche e iniciar a recuperação. E agradeceu aos caldenses, lamentando não ser capaz de responder a todas as mensagens.
“É complicado responder a todos, porque o tempo é muito escasso, mas estou grato e o apoio deles é fundamental”, declarou o ciclista, que no início da prova admite que sonhava “com o top dez e isso já era ser muito ambicioso”. “Estar nesta posição é um sonho tornado realidade”, concluiu, antes de pegar na bicicleta e seguir para a “etapa” seguinte.
Porque movimenta paixões, o Giro d’Italia tem como slogan central “Amore Infinito!”. Por tudo o que fez na edição deste ano da Volta a Itália não restam dúvidas que João Almeida garantiu, neste caso, a admiração infinita do público.
O coração sobressaltado de Ana e David no topo dos Alpes em Itália
Pais de João Almeida acompanharam o corredor, mas sempre à distância imposta pela organização
Perto da vista, perto do coração. Os pais do ciclista que centrou as atenções do país no Giro procuraram acompanhar João Almeida durante a competição, mas tiveram de o fazer à distância, devido às fortes medidas de segurança impostas pela organização.
A reportagem da Gazeta encontrou Dário Almeida e Ana Gonçalves, no passado sábado, no final da 20.ª etapa, que ligou Alba a Sestriere, junto ao autocarro da Deceuninck-Quick-Step, nos Alpes. E, depois de mais uma corrida brilhante, não escondiam o orgulho no filho. Mesmo que o coração estivesse sobressaltado, devido ao esforço que o herdeiro acabara de fazer para tentar ganhar a etapa e tempo aos quatro ciclistas que tinha à frente na classificação geral.
“Sofremos sempre um pouco, sabendo que ele estava a tentar escapar na frente. É emocionante e faz-nos vibrar com ele”, explicou a mãe, que no final das etapas procurava sempre chegar à fala com o ciclista de Deceuninck-Quick-Step, nem que fosse por breves instantes.
“É difícil falar com ele, mas conseguimos sempre trocar umas palavrinhas e só de o ver já ficamos contentes. É um grande orgulho e tudo isto que ele está a viver é mérito do trabalho dele”, salientou a “porta-voz” da família, deixando incentivos ao filho: “Ele conquistou etapas de camisola rosa, conquistou muita gente e trouxe alegria à vida das pessoas num momento muito difícil”.
Enquanto esperava que o filho saísse do autocarro, o que já não viria a acontecer, o pai, Dário Almeida, recusava falar “em on” aos jornalistas. “Só falo no fim do Giro”, disse o caldense, talvez para fintar o nervosismo. Em A-dos-Francos ficara a irmã de João, Matilde, que seguiu a corrida pela televisão.
A Gazeta encontrou os pais do ciclista em Sestriere, num dia em que a emoção falou mais alto
“Já me quero ver com o João nas Caldas”, limitava-se a dizer Dário Almeida, depois de ver o autocarro da equipa iniciar o trajeto de três horas entre os Alpes e a cidade de Milão, não escondendo que o stress competitivo começava a fazer efeitos. Mas o pai do homem que, no dia seguinte, viria a subir ainda um lugar na classificação, já sabia que a vitória final iria recair em Tao Geoghegan Hart. “Isto é para ele. É especialista no contrarrelógio”, vaticinou. E, de facto, assim foi, porque tantos anos a acompanhar o ciclismo permite fazer este tipo de previsões com mais certezas.
Os pais de João Almeida acompanharam a carreira do atleta desde muito cedo e a mãe recorda a primeira bicicleta que lhe ofereceram em criança. “Tinha 3 ou 4 anos, nunca a largava”, relembra. A partir daí, seguiu-se o trajeto no BTT e quando chegou a estrada, continuaram a marcar presença nas provas, mesmo no estrangeiro.
“Fomos a Espanha algumas vezes e queremos dar-lhe sempre o nosso apoio. Só quando correu nos Estados Unidos é que não conseguimos estar com ele”, salienta Ana Gonçalves, que posou, com o marido, para a fotografia com a edição de 8 de outubro da Gazeta das Caldas, quando a capa foi dedicada ao feito histórico do filho.
Emigrante apoia
Em Sestriere, João Almeida (e também Ruben Guerreiro) recebeu o apoio de mais portugueses. Um deles foi Júlio Carvalho, 59 anos, antigo campeão nacional de juniores na DIMOP. Emigrante na Córsega, “estreou-se” na Volta a Itália.
“Como temos um português na frente decidi vir, pela primeira vez, ao Giro. Assisto a etapas do Tour todos os anos e já tinha decidido vir aos Alpes, mesmo que ele perdesse a rosa. É um orgulho extraordinário ver um português a este nível”, declarou o empresário de construção civil, enrolado numa bandeira portuguesa e fazendo o convite aos pais do ciclista para passarem uns dias na Córsega, uma ilha francesa montanhosa. “Se o João quiser fazer um estágio ou passar uns dias de férias, pode ficar em minha casa. Seria uma honra”, disse Júlio Carvalho. Tem a palavra o homem da bicicleta.

Reações

Presidente da República
“Estes registos constituem a melhor prestação de sempre de ciclistas portugueses no Giro, fizeram jus à história do ciclismo nacional”

Primeiro-Ministro
“As minhas felicitações a João Almeida, pelo resultado histórico, e a Ruben Guerreiro, pela conquista da camisola azul. Dia histórico, de orgulho para o ciclismo português”

Bombarralense
“É um orgulho para o Bombarralense ver um atleta chegar ao topo. Era bom que todo este foco alertasse para a falta de apoios aos clubes formadores”

Primeiro Treinador
“O João esteve fantástico, pude acompanhar de perto e foi vibrante. Ficou à beira do pódio, e era merecido, temos que esperar mais um aninho”
Assim nasce uma estrela
Ficou fora do pódio, mas quase todos os meios internacionais quiseram falar com o ciclista que deu nas vistas e animou o Giro d’Italia
Coube ao inglês Tao Geoghegan Hart (Ineos) erguer, no passado domingo, o troféu da vitória no Giro d’Italia de 2020 com a Catedral de Milão em pano de fundo. Porém, foi um jovem português, de apenas 22 anos, quem despertou mais interesse na generalidade dos jornalistas dos meios internacionais que, durante quase quatro semanas consecutivas, fizeram a cobertura da prova. E o caso não era para menos. Afinal, foi um relativamente desconhecido João Almeida, chamado à última hora para disputar a prova nos belgas da Deceuninck-Quick-Step, o grande animador do Giro. Assim nasceu uma estrela do ciclismo internacional.
Ciclista foi dos mais requisitados pelos meios internacionais
O bom resultado no contrarrelógio de Monreale começou por surpreender a concorrência e quando o caldense ganhou a rosa, ao fim da 3.ª etapa, houve quem vaticinasse que se tratava de um feito efémero. A todos, aos adversários e aos analistas, João Almeida foi respondendo com uma maturidade impressionante e uma superação diária que lhe permitiu conservar a liderança do Giro durante 15 dias. Um feito de que apenas outros dois ciclistas em atividade se podem orgulhar, o que diz bem da dimensão do que o caldense fez em terras transalpinas…
Mediatismo e humildade
Passado o efeito surpresa, o corredor foi superando etapa após etapa e colecionando camisolas rosa. Conseguindo, ao mesmo tempo, cativar o país, que se uniu em torno dos feitos de um ciclista que deixou A-dos-Francos aos 18 anos para tentar a sorte no panorama internacional, considerado um especialista em provas curtas e sem preparação para uma prova de três semanas. Aliás, tal como a própria equipa.
A todos, João Almeida foi respondendo com mais um sprint, mais uma subida íngreme nos Alpes a toda a velocidade, mais um ataque aos favoritos. E prolongou o sonho cor de rosa durante 15 dias consecutivos, levando muitos portugueses a associarem-se aos seus feitos, como, por ironia do destino, o grupo de deputados do PSD que entrou no Parlamento vestido de cor de… rosa.
Caldense diz que “tudo muda” depois do Giro e já olha para os Jogos
Em Itália, o ciclista, envolto na “bolha” do Giro, não conseguiu ter a noção exata do impacto mediático que gerou nas Caldas, em A-dos-Francos e em todo o país.
“A minha família e os meus amigos tentaram mostrar-me um pouco do que fizeram. Estou muito agradecido por todo o apoio e penso que fez toda a diferença”, frisou, em exclusivo à Gazeta das Caldas, o herói, de sorriso rasgado, no final do “crono” de Milão.
A partir daqui, “tudo muda”. E num sprint final, sorriu quando questionado sobre as Olimpíadas de Tóquio, no próximo ano. “Não sei, tem de perguntar ao selecionador, mas claro que gostaria de fazer os Jogos”… E lá seguiu, rumo ao autocarro da equipa e ao merecido descanso, ainda sem saber a receção que lhe estava a ser preparada nas Caldas e em A-dos-Francos na passada terça-feira.

Dentro do “circo” do Giro
A máquina montada em torno da Volta à Itália impressiona. Há centenas de pessoas a trabalhar o ano inteiro para que a prova aconteça
Quem quisesse aceder à Piazza del Duomo no passado domingo tinha de o fazer a pé. Com a estação de metro fechada, a outra alternativa era ir de bicicleta e, de resto, muitos italianos aproveitaram o belo dia de sol para o fazer, associando-se, simbolicamente, ao epílogo do Giro. Como Milão é considerada a cidade da bicicleta em Itália, a opção de terminar a prova junto à imponente Catedral, cuja vista foi interrompida pelo “circo” para o fim da Volta a Itália, pareceu fazer todo o sentido.
A pandemia colocou em causa o evento, mas, durante meses, uma equipa de centenas de profissionais do jornal La Gazetta dello Sport, que organiza o Giro, fez o trabalho de bastidores que se impunha. Com máximo rigor, definiu as etapas, na extensão de 3.497kms, reuniu apoios, só acreditou jornalistas que apresentassem um teste negativo à covid-19 nos dias anteriores ao contrarrelógio inicial e reforçaram a segurança ao limite do razoável. E durante as três semanas da prova, praticamente ninguém se aproximou dos ciclistas, que viveram numa “bolha”, entre a estrada e o autocarro da etapa. De cidade em cidade.
Dezenas de jornais, rádios e televisões de vários países acompanham a prova durante três semanas
O Giro é uma máquina oleada ao longo de muitos anos, mas os meios técnicos e tecnológicos de que dispõe impressionam. A parceria com a estação RAI, que vende os direitos de transmissão televisiva para centenas de países, completa o ramalhete. E é tudo definido ao pormenor, com uma parafernália de camiões e viaturas que garantem todas as condições para a organização e a separação entre o público e os ciclistas. E a separação é clara. Há áreas definidas para os autocarros das equipas e zonas de meta onde só entra quem tiver acreditação. Nem os familiares dos heróis se aproximam.
As salas de imprensa montadas no final de cada etapa estão habilitadas com dimensões que garantem o distancimento social entre as dezenas de enviados especiais de jornais, rádios e televisões de todo o mundo, sendo o uso da máscara obrigatório. Mas há pormenores que mostram “negócio”. Para acederem à internet, os jornalistas têm de pagar… Ou tentar a sorte com uma rede wi-fi aberta…
Os pormenores, aliás, são tudo para uma organização que oferece garrafas de água aos jornalistas com referência ao Giro. E nenhum elemento do staff pode, sequer, circular sem estar devidamente equipado com indumentária oficial da prova, que está à venda, claro está, a preços que, por cá, se podem considerar proibitivos.
Quanto à ação dos jornalistas, está bem definida: uma zona mista em que, para que os profissionais não se atropelem no contacto com os ciclistas, há espaços exclusivos para os repórteres de televisão e outra zona para os restantes meios. E sempre com os assessores de imprensa das equipas a pressionar. À zona mista apenas acedem os ciclistas que sobem ao pódio. E não há direito a tradutores. Porém, na sala de imprensa, no “quartel general” do Giro, é possível assistir às conferências de imprensa exclusivas da La Gazetta dello Sport e da RAI.

DGS impediu banho de multidão na homenagem
Autarquia preparou receção apoteótica ao herói do Giro, mas o risco de contágio obrigou a cancelar desfile
Faltou o merecido banho de multidão na justa homenagem de regresso a casa de João Almeida. É um sinal dos tempos, o desfile que estava preparado pelas Caldas e A-dos-Francos, com o jovem prodígio num camião palco personalizado, foi cancelado devido ao elevado risco de contágio da iniciativa, após uma reunião entre a câmara e a autoridade de saúde.
A pandemia não impediu, contudo, que o município pudesse agraciar João Almeida após a sua brilhante prestação no Giro D’Italia, numa cerimónia com honras de Salão Nobre e da presença do secretário de Estado do Desporto e do presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
“Não podendo dar a taça do giro, damos o jarrão com as armas da cidade”, brincou Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas. O autarca disse que era necessário vincar de forma oficial o apoio que os caldenses transmitiram ao seu conterrâneo à distância, durante a prova.
“Foi um grande exemplo que deu ao país, num momento como o que vivemos, que tem impacto na nossa autoestima.”
João Paulo Rebelo“Foi muito tempo fora, soube muito bem voltar a casa e ver tudo rosa.”
João Almeida
O autarca lembrou que o município já acompanha o trabalho de João Almeida há vários anos – em 2018 atribui-lhe a medalha de mérito desportivo – e que “antevíamos um concidadão com grande potencial e vontade para atingir grandes feitos”, como o que acabou de atingir. E acrescentou que o ciclista é “um grande exemplo para jovens desportistas do concelho e do país”.
João Almeida, que desde que chegou de Itália não tinha ainda parado, mostrou-se agradecido pelo reconhecimento do seu trabalho e por todo o apoio que foi recebendo. “Soube muito bem voltar a casa, foi muito tempo fora, e ver tudo rosa, todo o apoio, foi muito positivo”, afirmou. Agora, os próximos dias serão para desfrutar de tudo o que fez com a população de A-dos-Francos e com os seus amigos. “O que fizeram foi muito impressionante e acreditem que ter algo por que sofrer fez a diferença na corrida”, acrescentou.
João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto, agradeceu ao jovem o “feito muito assinalável, numa das provas mais relevantes” do ciclismo mundial, mas destacou a inspiração que João Almeida foi para todos os portugueses nesta altura difícil. “Acredita que o país viveu intensamente esta tua história”, sublinhou.
Apesar de ter faltado à receção o calor do público, Tinta Ferreira adiantou que, quando a pandemia passar, o município tentará “fazer algo mais popular”.

Dados a reter
João Almeida
O melhor. Ao ser 4.º classificado, João Almeida tornou-se no melhor ciclista português de sempre no Giro, superando o 5.º lugar de José Azevedo, em 2001.
No topo. Na história do ciclismo nacional, apenas Joaquim Agostinho conseguiu fazer um melhor resultado individual numa grande prova internacional. O antigo ciclista do Sporting foi 3.º no Tour de França em 1978 e 1979.
Igual. O ciclista de A-dos-Francos igualou o feito de José Ribeiro da Silva, que foi 4.º classificado na Vuelta de 1957, também com 22 anos. Só Joaquim Agostinho foi capaz de os superar.
Rosa. O corredor da Deceuninck-Quick-Step esteve um total de 15 dias consecutivos com a camisola rosa. Nunca um sub-23 tinha conseguido estar tanto tempo à frente do Giro. Fez ainda melhor do que Eddie Merckx, o qual venceu cinco vezes a prova, em 1968, 1970, 1972, 1973 e 1974.
Marca. É preciso recuar a 2007 para encontrar um sub-23 nos cinco primeiros classificados do Giro, quando o luxemburguês Andy Schleck, também com 22 anos, foi 2.º classificado na geral individual, batido apenas pelo italiano Danilo di Luca.
R. Guerreiro
Histórico. Ao arrebatar a camisola azul, destinada ao líder da montanha, o antigo atleta do Alcobaça Clube de Ciclismo tornou-se no primeiro português a vencer uma camisola numa das grandes voltas internacionais.
Triunfo. O ciclista da EF Pro conseguiu uma vitória de etapa no Giro. Foi na 9.ª tirada, no alto de Roccaraso. Desde 1989 que nenhum português vencia uma etapa no Giro.