Ponto Nó é o novo projeto do Espaço Ó

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A empreendedora Patrícia Faria, juntamente com a família, que a apoia na arte de tecer os fios | DR

Patrícia Faria reinterpreta a arte de tear com as mãos, criando peças únicas e originais. Ponto Nó intitula o projecto

“Mais do que uma marca, mais do que uma peça de arte ou artesanato, Ponto Nó é um acto de criar em família”. É desta forma que é apresentado o Ponto Nó – Macramé à Janela, o novo projeto criado em Óbidos ao abrigo do programa Ativa-te.
A autora, Patrícia Faria, de 28 anos, residente na freguesia da Usseira, é uma autodidata que, inspirada por muitos artesãos, se rendeu à técnica e apaixonou pela arte dos nós. “Apercebi-me que o macramé era algo que queria fazer com muita frequência, pois afinal de contas dava-me tempo para estar comigo, desacelerou os meus pensamentos. Voltar a andar com um caderno perto da mão e acordar a meio da noite com mais alguma ideia foram algumas das coisas que me indicaram que teria encontrado algo que realmente gostava”, conta a empreendedora à Gazeta das Caldas.
Desde 2018 que Patrícia Faria integra o Ativa-te. O seu trabalho foi apresentado recentemente no Espaço Ó e atualmente é possível encontrá-la na Loja da Identidade, a fazer macramé à janela. Considera que ainda está num processo de aprendizagem, procurando a identidade que a diferencie dos restantes artesãos.
“Quem me conhece sabe que sou pouco de palavras, mas, felizmente para mim, encontrei uma maneira diferente de me expressar, e sabe realmente bem”, salienta a jovem, destacando que o artesanato tem o benefício de fazer bem às pessoas e que a ela trouxe muitas coisas boas. Uma delas foi voltar a entrar nas portas no Espaço Ó, que a convidou a fazer este projeto, e a ajudou a transformar uma ideia num negócio, agradecendo à equipa que acreditou nela e a apoiou.
Para Ricardo Duque, presidente do Espaço Ó, este é “mais um projeto vencedor”, destacando o trabalho artesanal e o ato de criar em família, onde uniu laços familiares, pois toda a família ajuda de alguma maneira. “A mãe ajuda na parte da costura e crochet, e é a pessoa que verifica se as peças têm alguma imperfeição. São os avós que tratam dos troncos e todos colaboram na partilha e disseminação dos seus trabalhos”, salienta o responsável, acrescentando que foi a tia quem comprou a primeira peça e incentivou a empreendedora a partilhar os seus trabalhos nas redes sociais.
As primeiras peças que Patrícia Faria executou continuam a ser as mais vendidas, como é o caso dos suportes de vasos, no entanto salienta que o que mais gozo lhe dá criar são as peças personalizadas. Gosta que os clientes se sintam integrados no processo criativo, pois “permite criar uma maior ligação emocional entre as pessoas e o produto”, refere a jovem, formada em Engenharia do Ambiente.
Também o presidente da Câmara, Humberto Marques, manifestou a sua satisfação com este projeto, que junta a criatividade à arte e criação do próprio negócio. “Em tempos difíceis e de muita incerteza, a autarquia assume a sua estratégia de desenvolvimento local e comunitário com o objetivo de conseguir, por via do desenvolvimento”, concluiu.