Há dois anos e meio que estão instalados mais de 2600 relógios astronómicos no Oeste, o que já permitiu aos municípios uma poupança na ordem dos 700 mil euros. Os relógios astronómicos são mecanismos que permitem acender e apagar a iluminação pública em função do pôr e do nascer do Sol.
“É um valor significativo”, disse o director executivo da Oeste Sustentável, Rogério Ivan, destacando que os relógios estão implementados em mais de 90% dos postos de transformação.
O projecto, que nasceu da cooperação entre a Oeste Sustentável e a EDP Distribuição, foi o que mais resultados deu até agora a nível energético. O custo feito com os relógios astronómicos foi praticamente nulo para os municípios no âmbito da cooperação com a empresa, em que prevê ainda que uma parte do valor das vendas tem que ser reinvestido na modernização da infra-estrutura.
A aguardar luz verde da União Europeia está uma candidatura, no valor de 13 milhões de euros, que prevê a substituição do parque de luminárias convencionais por outras de tecnologia LED. O projecto, concebido pela Oeste Sustentável em 2010, pressupõe a instalação de 53 mil luminárias nos municípios do Oeste e a consequente poupança anual da ordem dos três milhões de euros.
“Com esta candidatura pretendíamos, não só gerar e potenciar a poupança, como criar um projecto de referência para a região”, explicou o presidente da agência, Humberto Marques, acrescentando que, caso tivesse sido logo aprovado já poderia estar a funcionar há dois anos.
O também presidente da Câmara de Óbidos, lembrou que a candidatura a apoios comunitários transitou do Mais Centro para o Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) e que foi “apreciada, discutida e aprovada ainda que de forma oficiosa”. Por definir está o entendimento que Bruxelas faz de que a poupança é uma receita, enquanto que os autarcas consideram que não.
“Se vier a acontecer coisa uma diferente é porque há uma dualidade de critérios pois houve muitos municípios a concorrer a estas medidas em que o financiamento foi a fundo perdido em 85% do valor da candidatura”, diz Humberto Marques. O autarca espera agora que seja tido em atenção o investimento já feito pelas autarquias, de largos milhares de euros, em estudos económicos, financeiros e técnicos, para chegar à fase de candidatura do projecto.
“Precisámos de cerca de 70 reuniões com a EDP para ultrapassar uma questão que tinha a ver com a concessão”, exemplificou.
Fátima Ferreira
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