A Gaiola Dourada é um filme a não perder

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Portugueses e franceses têm assistido a este filme divertido que tem sido um sucesso de bilheteira

O filme franco-português “Gaiola Dourada” (La Cage Dorée), do cineasta filho de emigrantes Ruben Alves, em exibição nas Caldas da Rainha, é uma comédia bem humorada especialmente para portugueses e franceses.
Além de já constituir um êxito de bilheteira em França (na senda de um filme semelhante que também bateu os recordes de público, intitulado “Bienvenue chez les Ch’tis” de Dany Boon, lançado em 2008), narra uma história com um humor também franco-português, tratando os hábitos e costumes dos emigrantes portugueses com uma certa ternura.
Não deixa também de retratar, com certo sabor de uma “salutar” vingança, os nossos “patrões” e “senhorios” franceses, que tratavam sempre os “portugas” com uma certa sobranceria e altivez, sabendo ao mesmo tempo, que era gente cordata e submissa, sempre disponível para fazer qualquer sacrifício ou biscate.
Os dois principais protagonistas do filme Maria (Rita Blanco) e José (Joaquim de Almeida) vivem há 30 anos na casa da porteira de uma luxuosa residência num bairro chique da capital francesa, sendo simultaneamente muito populares no bairro, onde conhecem toda a gente, trabalhando ela como porteira e o José como “maçon” (pedreiro e depois encarregado de obras) de um empresário do “batiment”, também a viver tempos de crise na construção.
Repentinamente, recebem em casa uma intimação de um notário para regressarem a Portugal, se quiserem receber a herança de um irmão com quem José estava de relações cortadas – uma importante propriedade na margem do rio Douro e umas caves do vinho do Porto. Mas há uma condição irrevogável: José deve regressar a Portugal para tomar conta da propriedade, pois em caso contrário, a mesma seria entregue a uma instituição.
Perante este desafio ou oportunidade, que parecia concretizar o desejo familiar do eterno regresso à santa terrinha, começam a levantar-se todas as dificuldades desse propósito, pois uma indiscrição de uma irmã e o facto dessa partida ser descoberta, transforma o comportamento dos seus interlocutores em França, que passam a oferecer ao casal português tudo aquilo que lhe negaram nos últimos 30 anos.
E aí surge a eterna indecisão, de voltar ou não voltar, a que se junta a descoberta que a filha de Maria e José estar enamorada e grávida do filho do patrão, e que o jovem filho em idade liceal quer continuar em França. Sucedem-se uma série de gags e de situações cómicas, que narram com especial sentido de humor,  os preconceitos  e vícios de portugueses e franceses.
O filme, de 90 minutos, é realizado por Ruben Alves, tendo argumento também do realizador, e de Jean-André Yerlès e Hugo Gélin. Além dos artistas já referidos, participam no filme também Roland Giraud, Chantal Lauby, Barbara Cabrita, Lannick Gautry e Maria Vieira, entre outros.
Recorde-se que o filme francês “Bienvenue chez les Ch’tis”, apresentado em Portugal com o título “Bem-vindo ao Norte”, foi também uma comédia de grande êxito em França e noutros países da Europa, reunindo alguns dos melhores comediantes daquele país.
Nessa fita conta-se a história de Philippe Abrams, director dos correios de Salon-de-Provence, casado com Julie, que lhe faz a vida negra, tendo por isso, conseguido uma transferência para a Côte d’Azur, mas que, por ironia do destino, acaba por ir parar a uma pequena aldeia no Norte, onde se fala um dialecto e os habitantes são conhecidos como Ch’tis. Tal como em muitos outros países, para os sulistas da cidade grande e das praias quentes, o Norte é o horror!
No filme Philippe acaba por se surpreender e descobrir na região de Lille um local acolhedor, com muitas pessoas simpáticas. Em contrapartida a mulher recusa-se a integrar-se e Philippe, para não a aturar mais, acaba por mentir-lhe dizendo-lhe que o Norte é um inferno.
Esta história serviu igualmente para os italianos criarem um filme humorístico sobre as diferenças entre o sul e o norte do país transalpino. Chama-se “Benvenuti al Sud” e neste caso o gozo é o inverso – a parte detestada pela elite é precisamente o sul do Mezzogiorno, a parte mais pobre do país. Com 3,5 milhões de espectadores, este filme constituiu um êxito de bilheteira. Estava também em preparação um remake norte-americano pela Warner Bros, com Will Smith e Steve Carell.
JLAS

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