Cerca de 80 alunos da Academia de Música de Óbidos, juntamente com uma dezena de professores, subirão ao palco do CCC, no próximo dia 2 de Junho, pelas 17h00, para interpretar a obra musical do compositor francês Eric Serra, escrita para o filme “Artur e os Minimeus”.
O concerto terá uma primeira parte com a interpretação de uma valsa de Dmitri Chostakovitsj, de trechos do “Pequeno Carnaval dos Animais”, do compositor Saint – Saens, um “Best of” de Andrew Lloyd Webber, terminando com as valsas do Danúbio Azul, de Strauss.
A última parte será dedicada à banda sonora do filme do realizador francês Luc Bresson, que conta a historia de um menino de 10 anos que parte para a terra dos Minimeus, criaturas de dois milímetros de altura, que vivem em perfeita harmonia no seu ambiente.
Nesta parte haverá uma interacção entre a orquestra e a plateia, assim como a presença dos alunos do ensino articulado, que irão dramatizar alguns momentos, ao som da música. “Será uma parte do concerto muito interessante e inovadora, que vai envolver o público”, considera o responsável da Academia, Pedro Filipe, acrescentando que os espectadores terão no palco uma espécie de antevisão do cinema, pois tudo vai acontecer no momento.
O também professor e director pedagógico da Academia de Música de Óbidos explicou à Gazeta das Caldas que este ano, para assinalar o final do ano lectivo, optaram por envolver todos os alunos mais avançados em torno de uma obra sinfónica.
Actualmente a Academia é frequentada por 280 alunos, com idades compreendidas entre os quatro e os15 anos, abrangendo os concelhos de Óbidos, Caldas da Rainha, Peniche e Lourinhã. Por ser um estabelecimento de ensino da música oficial beneficia do apoio do Ministério da Educação e do Programa Operacional de Potencial Humano através do Fundo Social Europeu.
A frequentar as classes mais baixas, entre os 4 e os 6 anos, estão cerca de 10 alunos. Depois, cerca de 30 alunos, com idades compreendidas entre os 6 aos 9 anos, frequentam o primeiro nível de oferta de ensino, e o grosso dos pequenos músicos possuem entre os 10 e os 15 anos, e frequentam o nível 2, uma fase “muito importante e exigente para a Academia”, explica Pedro Filipe, pois estes alunos já possuem bastantes conhecimentos musicais e gostam da área.
Ensino secundário da música a partir de Setembro
De modo a permitir a sua continuidade na aprendizagem da música, a par do ensino secundário, a Academia está a efectuar obras no edifício. Ao todo serão feitas mais nove salas, que deverão começar a entrar em funcionamento no início do próximo ano lectivo, para garantir uma oferta que não existe na região Oeste.
“Torna-se necessário criar condições para que os jovens tenham um percurso que lhes seja agradável e tenham perspectiva de empregabilidade, que nesta área é alta”, explica o responsável.
Ao nível do secundário, escola vai abrir dois cursos – de instrumento e canto – para um total de 12 vagas ao nível do regime articulado e que não poderá exceder os 26 alunos, contando com o regime supletivo (que não é financiado ou apenas tem uma parte do apoio). A propina mensal para alunos não comparticipados é de 270 euros. “São aulas de instrumento individuais e a estrutura do curso é cara, mas também traz perspectivas boas ao nível das saídas profissionais”, afirma Pedro Filipe, destacando que o mercado da música é global.
No regime articulado os alunos não pagam porque a Academia, sendo uma escola oficial, faz anualmente uma candidatura a fundos comunitários e ao Ministério da Educação, que tem apoiado o ensino da música. Cada aluno do ensino articulado custou, no último ano, 2,2 mil euros.
“É uma grande ajuda que nos é dada e um custo com o qual temos muita preocupação, procurando rentabilizá-lo ao máximo”, explica o responsável, que procura que os alunos não tenham apenas formação em sala de aula, mas também participem em concertos e estejam em contexto de trabalho.
As inscrições para o próximo ano lectivo estão abertas até 14 de Junho, mas podem ser efectuadas depois, até 15 de Junho, condicionadas às vagas sobrantes. F.F.