A artista plástica Estela Costa, 37 anos, também se dedica à ilustração e viu recentemente editada a última obra a que deu vida, desenhos e cor. Trata-se de O Romanceiro Português, com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues.
A autora é caldense, formou-se na ESAD, mas reside em Lisboa, onde é também coordenadora da Companhia do Eu, um centro de estudos de criatividade e cultura. Numa conversa breve por e.mail, Estela Costa contou à Gazeta das Caldas como surgiu esta oportunidade de ilustrar a reedição juvenil do Romanceiro Português.
GAZETA DAS CALDAS – Quando é que será editada esta obra?
ESTELA COSTA – A obra já está a caminho das livrarias, o livro está pronto. A disponibilidade nas bancas é uma questão que é sempre difícil de contabilizar porque depende das distribuidoras, mas aqui em Lisboa já se deve de encontrar na Fnac e em locais de grande distribuição.
GC – Como surgiu esta iniciativa de ilustrar o Romanceiro?
EC – Fui contactada pela Nova Vega há já um tempo atrás. Estavam à procura de um ilustrador cujo estilo se adequasse ao tipo de histórias do Romanceiro, numa versão mais juvenil. O meu nome acabou por ser sugerido por um designer com trabalha com a editora. A Nova Vega gostaria que esta reedição do Romanceiro possa ser trabalhada nas escolas.
Na altura li o livro original de 1956 e acabámos por trabalhar juntos neste projecto.
GC – E o que achou da obra?
EC – O Romanceiro Português é uma colecção de histórias de carácter romântico, algumas um pouco místicas e trágicas, que provêm da tradição oral. Foi um trabalho feito pelo Urbano Tavares Rodrigues e editado em 1956, ainda com uma pequena nota do Salazar.
Confesso que de início achei que algumas histórias eram um pouco pesadas para o público infantil. Por exemplo, há uma história sobre a filha de um rei que gosta de um homem que é casado e como quer ficar com ele pede ao pai que mande matar a mulher e a filha do casal. Mas se formos a ver, hoje em dia os miúdos assistem a filmes com cenas tão perturbadoras, por exemplo, os filmes do Harry Potter, ou na minha geração, o Dragon Ball, cheio de violência… Enfim, isto são histórias que se contam há muitos anos e é nessa perspectiva que é importante que eles percebam. São histórias sobre a raiz da nossa cultura e da nossa identidade.
GC – Que técnicas usou nas ilustrações?
EC – Utilizo com frequência o acrílico e a aguarela e desta vez não foi excepção.
GC – Já tinha trabalhado antes com esta editora?
EC – Nunca tinha trabalhado com a Nova Vega. É uma editora muito séria que trabalha muito na vertente educacional, o que me parece muito importante.
O director é o Assírio Bacelar, que fundou também a Assírio & Alvim. E fiquei, obviamente, muito honrada com este convite, pois o Urbano é um dos autores mais consagrados do meio literário português.
GC: Que outros projectos tem em mãos?
EC – De momento tenho poucos projectos artísticos em mãos, pois o meu filho tem um ano e fiz uma pausa para o acompanhar nos seus primeiros meses de vida. Apesar de tudo, as ilustrações do Romanceiro foram terminadas após o seu nascimento.
Para além disso, sobra-me pouco tempo, para além da coordenação da Companhia do Eu, centro de cultura e criatividade onde trabalho.
Estou agora a recomeçar a ilustrar e estou a trabalhar num projecto com o Pedro Sena-Lino, autor com quem produzi o meu último livro “A Princesa Laranjada”, da Quidnovi, e que saiu em Dezembro de 2010.
Entretanto a Nova Vega pensa divulgar o livro com um trabalho directo com as escolas e pode ser que nas Caldas haja professores interessados em trabalhar o livro nas suas aulas.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
se tem uma nota do Salazar , já estou à procura dele , o antigo não este , pena é ter lá o comuna do outro , Salazar era mesmo anjinho .
Muitos parabéns Estela!